11/03/2016 21h27
Rio de Janeiro
Douglas Correa - Repórter da Agência Brasil
Quatro jogadores de um time de rughby da Argentina tiveram prisão preventiva decretada hoje à noite (11) pela Justiça do Rio de Janeiro, depois de terem se envolvido numa briga e no espancamento do delegado da 20ª Delegacia Policial (Vila Isabel), Gustavo Ribeiro, na madrugada desta sexta-feira, na boate Palaphita, na Gávea, zona sul da cidade. Os argentinos fazem parte da equipe Los Cedros, de Buenos Aires, e estavam no Rio participando de um intercâmbio esportivo.
Na hora da confusão, sete atletas do time argentino se envolveram na briga. O delegado, que foi tentar ajudar um amigo, acabou agredido pelo grupo e chegou a ficar desacordado. Ele teve ainda um dente arrancado com um soco. Todos os argentinos foram levados para a delegacia do Leblon, onde foram autuados em flagrante pela polícia por lesão corporal grave e resistência à prisão.
O juiz Marcello Sá Baptista determinou a conversão da prisão em flagrante em preventiva de quatro dos sete atletas argentinos acusados de agredir Gustavo Ribeiro e o amigo dele, Rodrigo Henrique Araújo Rosa, na boate Palaphita. Os jogadores participaram de uma audiência de custódia no Tribunal de Justiça na tarde de hoje. Patrício Velasquez, Hernan Gabriel Gonzalez, Adrian Augusto de Donato e Tomas Fernandez foram encaminhados ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, para triagem. Já os outros três argentinos envolvidos no episódio - Inacio Iturraspe, Matias Augustin Tapia Gomes e Fermin Francisco Ibarra- ganharam liberdade provisória. Todos respondem por lesão corporal grave e resistência à prisão. Eles estão com passaportes retidos e não podem sair do país.
O juiz acolheu o parecer do Ministério Público. Segundo o inquérito policial, há evidências de que Patricio, Hernan, Adrian e Tomas tiveram participação direta no ato de violência e, por isso, ficarão presos. O delegado sofreu fraturas no maxilar e teve um dente quebrado. Já Rodrigo sofreu um corte na cabeça. Os sete argentinos presos em flagrante faziam parte de um grupo maior, formado por 25 turistas. A confusão teria começado após atos de provocação e hostilidade entre grupos de argentinos e brasileiros que estavam na boate.
Na decisão, o juiz Marcello Sá Baptista afirmou que a histórica rivalidade entre brasileiros e argentinos passou dos limites e que os atletas são mais fortes do que as vítimas: “No caso dos quatro identificados como agressores, o que se verifica é uma conduta agressiva e violenta em total desproporcionalidade com a situação fática analisada. Os custodiados são atletas com porte físico superior ao homem médio comum e praticam esporte em que possuem pleno conhecimento da força que podem empreender a outra pessoa”.
*Colaborou Nanna Pôssa, repórter do Radiojornalismo
Edição: Jorge Wamburg
Agência Brasil