terça-feira, 8 de março de 2016

Especialista brasileiro toma posse no Tribunal Internacional do Direito do Mar

08/03/2016 09h23
Estados Unidos
José Romildo - Correspondente da Agência Brasil
Antonio Cachapuz de Medeiros - Assessoria de imprensa do Tribunal Internacional do Direito do Mar

O especialista brasileiro em direito internacional Antonio Cachapuz de Medeiros tomou posse ontem (7), em Hamburgo, na Alemanha, como juiz do Tribunal Internacional do Direito do Mar. “Vou desempenhar as minhas funções e exercer os meus poderes de juiz com honradez, fielmente, imparcialidade e consciência", disse ele, durante a solenidade.

O Tribunal Internacional do Direito do Mar é um órgão das Nações Unidas que estuda e julga questões referentes ao mar territorial dos países e que analisa e decide pedidos referentes a zonas contínuas marítimas, extensão do mar territorial e de plataformas continentais. A corte também analisa questões relacionadas com a proteção e preservação do meio ambiente marinho, a pesquisa científica marinha e o desenvolvimento e a transferência de tecnologia do mar.

Antonio Cachapuz de Medeiros é professor de direito internacional e já atuou na Corte Permanente de Arbitragem, em Haia, na Holanda, e na Associação Latino-Americana de Integração (Aladi). Ele representou o Brasil em encontros internacionais que trataram sobre questões de direitos do mar.

Edição: Graça Adjuto
Agência Brasil

Consumidor pode pedir bloqueio de celular roubado informando número da linha

08/03/2016 12h01
Brasília
Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil

Bloqueio de celulares roubados, extraviados ou perdidos ficou mais fácil para milhares de consumidores - Valter Campanato/Agência Brasil

A partir de hoje (8), está mais fácil bloquear celulares roubados, extraviados ou perdidos, bastando apenas ao usuário informar o número da linha para a operadora. Antes, era necessário anunciar os cerca de 15 números que compõem o identificador chamado Imei – espécie de chassi dos aparelhos, que pode ser visualizado ao se digitar *#06#. Ele também pode ser localizado na parte traseira do aparelho, em geral perto da bateria, caso o celular esteja descarregado.

De acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o bloqueio pode ser feito junto às operadoras e, também, na Polícia Civil da Bahia, Ceará e Espírito Santo, onde já há acesso ao sistema. Em breve, o mesmo poderá ser feito nas delegacias de Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como por meio da Polícia Federal.

Basta ao usuário fazer uma ocorrência nas delegacias para, automaticamente, o celular ser incluído em uma lista que contém aparelhos roubados, extraviados ou perdidos tanto em território nacional como em 44 outros países. No caso de aparelhos com dois chips, o ideal é informar o número das linhas às duas operadoras.

Fechando o cerco

“Estamos adotando duas formas de combate a roubos e furtos. A primeira, bastando apresentar às operadoras ou delegacias o número do celular, em vez dos 15 números do identificador, para bloqueá-lo. A segunda, ao obrigarmos que transportadores e lojistas incluam, na nota fiscal, esse identificador. Isso possibilitará a identificação dos aparelhos em caso de roubo de cargas ou em lojas varejistas”, disse o presidente da Anatel, João Rezende, ao anunciar as medidas hoje em Brasília.

A fim de evitar que as pessoas adquiram celulares roubados, foi disponibilizada, na internet, uma página na qual é possível saber se os identificadores Imei estão bloqueados. 
A consulta pode ser feita pelo site www.consultaaparelhoimpedido.com.br.

“Para saber o número de identificador, basta digitar *#06# no próprio aparelho celular”, informou Rezende. Segundo o superintendente de Planejamento e Regulamentação da Anatel, Alexandre Bicalho, “o roubo de celulares já estava virando uma indústria no país”, inclusive, com a comercialização de aparelhos roubados no exterior.

“Por isso, a consulta [sobre aparelhos bloqueados] terá também uma base internacional com mais de 30 milhões de registros de celulares roubados em 44 países”, disse o superintendente da Anatel.

Nos casos em que a pessoa perdeu e, depois, encontrou o aparelho, será possível fazer o desbloqueio junto à operadora. Já os aparelhos roubados que tenham sido localizados pela polícia poderão ser devolvidos ao proprietário original. “Para isso, basta a boa vontade do policial ou de quem [na consulta] descobrir que o celular está bloqueado”, finalizou Bicalho.

Edição: Kleber Sampaio
Agência Brasil

Marcelo Odebrecht é condenado a mais de 19 anos de prisão na Lava Jato

08/03/2016 12h37
Brasília
Da Agência Brasil

O juiz Sérgio Moro condenou hoje (8) empresário Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de prisão por crimes de corrupção passiva, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Os crimes estão relacionados ao esquema de desvios de recursos da Petrobras investigados pela Operação Lava Jato.

Marcelo Odebrecht é condenado a mais de 19 anos de prisão 
Direitos Reservados/worldsteel

“Entre os crimes de corrupção, de lavagem e de associação criminosa, há concurso material, motivo pelo qual as penas somadas chegam a dezenove anos e quatro meses de reclusão, que reputo definitivas para Marcelo Bahia Odebrecht", diz o juiz Sérgio Moro em sua sentença.

Foram condenados ainda os executivos da construtora Márcio Faria da Silva, Rogério Santos de Araújo, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar; e os ex-diretores da Petrobras, Renato Duque, Paulo Roberto Costa e Pedro Barusco, além do doleiro Alberto Youssef. Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef tiveram as penas abreviadas por terem firmado acordo de delação premiada.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Ex-senador Luiz Estevão se entrega e está preso na Polícia Civil, em Brasília

08/03/2016 08h39
Brasília
Da Agência Brasil

O ex-senador Luiz Estevão já está no Departamento de Atividades Especiais da Polícia Civil do Distrito Federal (DF). Ele se entregou no início da manhã de hoje (8) aos policiais da Divisão de Captura que o aguardavam na entrada da residência do empresário, no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.

Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública do DF, Estevão será encaminhado ainda esta manhã para o Instituto Médico Legal (IML), onde fará exame de corpo de delito e, em seguida, será conduzido para a carceragem do Complexo da Polícia Civil.

A prisão do ex-senador foi determinada pelo juiz Alessandro Diaferia, da 1ª Vara Criminal de São Paulo, e tem como base o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal, que no mês passado deu aval para prisão após condenação em segunda instância.

O ex-senador foi condenado pelo Tribunal Regional Federal em 2006 pelo escândalo das obras do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo. Nos últimos anos, a defesa do empresário apresentou vários recursos ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo, conseguindo adiar o cumprimento da pena. Inicialmente, Estevão deverá cumprir pena de 31 anos de prisão pelos crimes de estelionato, corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato.

Edição: Aécio Amado
Agência Brasil

Lava-Jato: nova delação premiada joga a Operação Pixuleco II no colo de Gleisi Hoffmann

8 de Março de 2016

A senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) está a viver seus piores pesadelos. A Justiça acaba de homologar a delação premiada do ex-vereador Alexandre Romano, o Chambinho, testemunha-chave de um esquema de corrupção no Ministério do Planejamento à época em que o também petista Paulo Bernardo da Silva, marido de Gleisi Hoffmann, era o titular da pasta.

Chambinho, que contará à força-tarefa tudo o que sabe sobre os crimes que originaram a Operação Pixuleco II, 18ª fase da Operação Lava-Jato, deve colocar no colo de Gleisi um esquema que rendeu pelo menos R$ 53 milhões, dos quais R$ 8 milhões foram parar na conta do advogado da senadora, o petista Guilherme Gonçalves. A Polícia Federal suspeita que esses recursos representam o “pixuleco” que deveria ser repassado ao casal Gleisi e Paulo Bernardo, através de um esquema de triangulação com o advogado.

Documentos apreendidos pela PF no escritório do advogado de Gleisi, em Curitiba, revelam que uma relação muito incomum entre advogado e cliente começou a ocorrer depois do esquema investigado pela Pixuleco II. O advogado passou a pagar as contas da cliente em lugar de ser remunerado por ela. O juiz federal Sérgio Moro, por determinação do STF, que acolheu recurso impetrado pelos advogados da senadora, suspendeu as investigações da “Pixuleco II” e encaminhou o processo à Corte, que redistribuiu o caso para uma instância de São Paulo. Gleisi, que apostava na estagnação do caso, foi surpreendida com a decisão do ex-vereador Chambinho de fazer delação premiada.

A “Pixuleco II” revelou um esquema criminoso de pagamento de propinas dentro do Ministério do Planejamento. Segundo os investigadores, mais de R$ 50 milhões foram desviados de um contrato para fornecimento de crédito consignado a servidores federais. O esquema teria sido operado por pessoas ligadas ao PT, entre as quais Alexandre Romano, preso durante a operação. O contrato foi assinado pela empresa Consist durante a gestão de Paulo Bernardo, em 2010.

Para Moro, há indícios de que “parte expressiva da remuneração da Consist foi repassada, por solicitação de Alexandre Romano, ao advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, que, por sua vez, utilizou esses mesmos recursos para pagamentos associados à senadora Gleisi Hoffmann”.

De acordo com a PF, parte dos recursos desviados era pago ao escritório de advocacia de Guilherme Gonçalves, que prestou serviço para a campanha de Gleise nas últimas eleições. Documentos apreendidos pela PF “indicam que os valores recebidos da Consist teriam sido em parte utilizados para efetuar pagamentos em favor da Senadora Gleisi Hoffmann”.

Uma das planilhas apreendidas no escritório de advocacia comprovaria a operação. O documento, de fevereiro de 2015, revela que o “Fundo Consist” — denominação usada para identificar o pagamento de valores ilícitos — apresentava um crédito de R$ 50.078,00, em favor da senadora e de pessoas. Em um dos lançamentos de débito consta a anotação “salário motorista – cheque 828”, enquanto no outro, “Diversos PT, PB, Gleisi”.

Segundo a PF, o motorista da petista, Hernany Mascarenhas, foi pago com dinheiro desviado do Ministério do Planejamento. Em outro documento apreendido consta anotação do pagamento de R$ 50 mil em honorários pela Consist ao escritório do advogado em 29 de setembro de 2011. O pagamento teria sido acertado com o ex-ministro Paulo Bernardo, “que ficaria com todo o montante”, de acordo com os investigadores.

Além de ser a principal estrela da Pixuleco II, Gleisi já está gravemente envolvida na Lava-Jato por conta das delações do doleiro Alberto Youssef e de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, que a denunciaram como receptora de R$ 1 milhão do esquema de corrupção que ficou conhecido como Petrolão.

http://ucho.info/lava-jato-nova-delacao-premiada-joga-a-operacao-pixuleco-ii-no-colo-da-petista-gleisi-hoffmann

segunda-feira, 7 de março de 2016

Tribunal Federal cassa liminar e mantém novo ministro da Justiça no cargo

07/03/2016 17h50
Brasília
Michèlle Canes – repórter da Agência Brasil

Uma decisão do presidente do Tribunal Regional Federal da1ª Região (TRF1), desembargador Cândido Ribeiro, permitiu hoje (7) que o novo ministro da Justiça, Wellington César Lima e Silva, assuma o cargo em substituição ao ex-ministro José Eduardo Cardoso, atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), até que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida sobre a questão.
Com a decisão do desembargador, Wellington César pode reassumir o Minitério da Justiça - Valter Campanato/Agência Brasil

O desembargador atendeu pedido da AGU para suspender a liminar concedida ao DEM, na última sexta-feira (4), pela juíza Solange Salgado de Vasconcelos, da 1ª Vara Federal em Brasília. Ela entendeu que o ministro, por ser membro do Ministério Público da Bahia, não pode exercer o cargo.

Hoje, a AGU recorreu, argumentando que um artigo da Constituição abre a possibilidade de membros do MP desempenharem outros cargos públicos.

Na decisão, o desembargador ressalta que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir, na quarta-feira (9), a pedido do PPS, sobre a legalidade de membro do Ministério Público, como é o caso de Wellington César na Bahia, exercer o cargo de Ministro de Estado da Justiça. A ação no STF é relatada pelo ministro Gilmar Mendes.

“Enquanto isso não ocorrer, entendo que a execução da liminar, tem o condão de acarretar grave lesão à ordem pública, a autorizar a concessão da suspensão requerida”, diz o desembargador no texto. A decisão tomada hoje pelo desembargador é válida até que o STF decida sobre o tema.

Na decisão de hoje o desembargador disse que a decisão da juíza “envolve interferência em ato do governo, com subjacente impacto nas condições de governabilidade da chefe do Poder Executivo”.

E completou: “Além do mais, a liminar questionada, como afirma a requerente ‘deixa sem comando, do dia para a noite, um ministério que tem como responsabilidade direta a segurança pública, as garantias constitucionais, a administração penitenciária, entre outros assuntos de extrema relevância’”, diz.

Edição: Jorge Wamburg
Agência Brasil

STF publica acórdão com decisão sobre rito do impeachment

07/03/2016 15h49
Brasília
Michèlle Canes – Repórter da Agência Brasil

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou hoje (7), no Diário da Justiça Eletrônico, o acordão com a decisão do julgamento que definiu o rito do impeachment. O texto será publicado amanhã (8) e, com isso, poderão ser apresentados recursos.

Em dezembro do ano passado, depois de dois dias de julgamento, o plenário do STF, definiu as principais regras do rito de impeachment. A ação foi levada à Corte pelo PCdoB.

No início de fevereiro deste ano, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recorreu ao STF para modificar o julgamento. No recurso apresentado, Cunha voltou a defender votação aberta para a eleição da comissão do impeachment e a obrigatoriedade de o Senado dar prosseguimento ao processo.

Diante do pedido recurso do presidente da Câmara, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do acórdão, solicitou manifestação do Senado Federal e da Presidência da República sobre o tema. O Senado entendeu que não é obrigado a seguir a decisão que for tomada pela Câmara dos Deputados no processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu o desprovimento do recurso enviado por Cunha. O documento, assinado pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Luiz Albuquerque Faria, pediu a rejeição do recurso por ter sido apresentado antes da publicação do acórdão.

Na semana passada, pelo mesmo motivo, a Procuradoria-Geral da República já havia pedido a rejeição do recurso.

Edição: Nádia Franco
Agência Brasil

Cunha é notificado e tem dez dias para se defender no Conselho de Ética

07/03/2016 16h27
Brasília
Iolando Lourenço - Repórter da Agência Brasil

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara notificou hoje (7) à tarde o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, sobre o processo de investigação que tramita contra ele, com a aprovação do relatório preliminar do deputado Marcos Rogério (PDT-RO) na semana passada. Com o recebimento da notificação, Cunha terá, a partir de amanhã (8), dez dias úteis para apresentar defesa por escrito ao conselho. O prazo termina dia 21 de março.

O próprio Eduardo Cunha recebeu e assinou a notificação do conselho Arquivo/Antonio Cruz/Agência Brasil

Na quinta-feira (3), um funcionário do conselho tentou notificar Cunha, mas não o encontrou. Hoje, o próprio deputado recebeu a notificação de um funcionário do conselho, assinou o documento às 15h28m e o devolveu ao servidor do colegiado.

Decorrido o prazo de apresentação de defesa por escrito e apresentação de testemunhas pela defesa, o Conselho de Ética terá até 40 dias úteis para ouvir testemunhas, fazer as oitivas e as investigações. Esse prazo termina em 18 de maio.

Concluída essa fase do processo, o relator Marcos Rogério terá até dez dias úteis para apresentar o texto definitivo. O prazo final para apresentação do parecer termina dia 2 de junho. A partir daí, o documento será discutido e votado.

O deputado Eduardo Cunha tem afirmado que seus advogados deverão recorrer da decisão do conselho, que aprovou o relatório preliminar para abertura das investigações contra ele.

Cunha responde a processo por quebra de decoro parlamentar e cassação do mandato em função de representação apresentada contra ele pelo PSOL e pela Rede Sustentabilidade.

Eduardo Cunha é alvo de processo de cassação sob acusação de ter mentido à CPI da Petrobras. Em março do ano passado, ele afirmou que não tinha contas no exterior. Posteriormente, documentos do Ministério Público da Suíça apontaram a existência de contas ligadas a ele naquele país.

O deputado Eduardo Cunha nega ser dono das contas e diz que elas são administradas por trustes. Ele admite ser o “usufrutuário” dos ativos mantidos no exterior.

Edição: Armando Cardoso
Agência Brasil

Empresário iraniano é condenado à morte por corrupção

07/03/2016 11h10
Teerã
Da Agência Lusa

O empresário iraniano Babak Zanjani foi condenado à morte por corrupção, informou o porta-voz da autoridade judiciária do Irã, Gholamhossein Mohseni-Ejeie. Detido em dezembro de 2013, o milionário foi acusado de desviar US$ 2,8 bilhões em transações ilegais de petróleo, contornando as sanções internacionais que foram impostas ao Irã.

"O veredito do julgamento de Babak Zanjani e de outros dois acusados foi pronunciado. Eles foram considerados culpados por corrupção e condenados à morte", afirmou Mohseni-Ejeie. Eles foram ainda condenados a ressarcir a Companhia Nacional Iraniana de Petróleo e pagar uma multa equivalente a um quarto do montante sonegado, adiantou o porta-voz.

Babak Zanjani pode recorrer do veredicto. Com 41 anos, ele é um influente empresário, dono de muitas empresas que estão confiscadas, incluindo uma companhia aérea.

A prisão de Zanjani ocorreu depois da ordem dada pelo presidente do Irã, Hassan Rohani, ao seu governo para lutar contra a corrupção “em particular daqueles que tiram proveito das sanções econômicas".

No julgamento, que durou vários meses e foi realizado em público, o empresário explicou que, sob o governo do ex-presidente Mahmoud Ahmadinejad, o Ministério do Petróleo pediu a sua ajuda para repatriar o dinheiro do petróleo vendido no exterior.
Agência Brasil

Doces mantêm identidade e tradição da culinária mineira

SEG 07 MARÇO 2016 09:30 ATUALIZADO EM SEX 04 MARÇO 2016 16:26

Imagem do estado é representada pela comida e receitas familiares conquistam o mercado nacional, gerando emprego e renda
Cyro Almeida

Frutas como goiaba, laranja da terra, figo, jabuticaba e manga dão origem a diversos doces de compota

Alto Paranaíba, Triângulo, Noroeste, Sul, Central, Leste, Norte... Cada região, com sua especificidade e vocação, conta em seus sabores, a história do estado. E os doces são parte importante dessa identidade gastronômica. A tradicional produção artesanal das receitas mantém, ainda hoje, o fazer familiar como legado cultural de gerações. Com a profissionalização, a atividade passou ainda a gerar mais emprego, conquistando o mercado nacional e fazendo a alegria dos turistas.

A ambrosia, por exemplo, é um dos doces mais antigos de Minas Gerais. Chegou ao Brasil no século XVII, com a vinda das famílias portuguesas, principalmente das mulheres que eram habituadas a essa receita. O nome do doce é também cheio de simbolismo. Por causa do sabor, tido como divinal, a ambrosia é chamada, em grego, de manjar dos deuses do olimpo.
A tradicional produção artesanal das receitas preserva o fazer familiar 
- Foto: Cyro Almeida

Receita de família
A ambrosia de Araxá, no Alto Paranaíba, é famosa. A referência é a receita da dona Joana D’Arc, de 83 anos, mais conhecida como dona Joaninha. O jeito de fazer ela aprendeu no passado, com uma amiga, e passou para o filho Luiz Augusto de Almeida e a nora. Os dois comandam uma doceria, em Araxá, negócio iniciado por dona Joaninha.

Luiz Augusto conta que o segredo está na paciência. O leite não é talhado e sim cozido durante 8 ou 9 horas. “O tempo é fundamental para refinar o gosto e suavizar a presença dos ovos. A maioria das pessoas come e não sabe se eles são ingredientes”, afirma o herdeiro de dona Joaninha, acrescentando que a receita artesanal já recebeu vários prêmios.

Também está na lista das receitas de dona joaninha, a “ameixinha de queijo”, uma massa feita com ovos e queijo. Famosos na região ainda são os doces de leite, de goiaba, de figo, abóbora com coco e de jabuticaba.

“O processo de produção continua o mesmo, há mais de 40 anos, quando dona joaninha começou a fazer os doces”, afirma Luiz Augusto. Ele acrescenta que as adaptações sanitárias e das instalações físicas buscaram preservar o jeito artesanal de fazer os doces.

Ambrosia, doce que segue a receita tradicional de dona Joaninha
 - Foto: Cyro Almeida

Do pomar para as compotas
Em Itaguara, no Centro-Oeste de Minas, dona Ana Maria Martins, 61 anos, utiliza as receitas que aprendeu com a mãe para fabricar doces artesanais de frutas. Goiaba, laranja da terra, figo, limão tahite, jabuticaba em caldas, manga, abacaxi... São mais de vinte variedades de compotas. A produção mensal chega a 1,4 mil potes e já têm uma clientela certa: mercados em Belo Horizonte, aeroportos, restaurantes e chefes de cozinha.

A agroindústria familiar fica na zona rural e é comandada por Ana Maria e pelo marido. Lá eles também cultivam as frutas utilizadas na produção dos doces. “São doces diferenciados pelo jeito artesanal de fazer, sem conservantes e com o doce da própria fruta tirada do pomar. Só compramos o abacaxi”, conta Luiz Augusto.

O cultivo das frutas e a fabricação dos doces têm reforçado a renda familiar de dona Ana e do marido, que são aposentados. Além disso, a atividade gerou quatro empregos para pessoas do povoado onde está localizada a agroindústria. “É uma renda a mais que a gente tem”, afirma dona Ana que possui uma clientela consolidada e pretende expandir ainda mais mercado.

Culinária é identidade mineira

Segundo a superintendente de Gastronomia da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), Nathália Farah, a gastronomia representa o resgate da história do estado e tem impactado o turismo em Minas. Ela cita pesquisas realizadas pela Setur: em 2013, a gastronomia era a imagem de Minas Gerais para 24% dos turistas, em 2014, o índice subiu para 33%.

A valorização dos saberes e sabores regionais inclui a agroindústria artesanal de alimentos. O segmento é estimado em 1.153 estabelecimentos em Minas Gerais, a maioria formada de agricultores familiares. Destes, 37,2% processam leite, 24,6% cana de açúcar e outros 24% frutas e vegetais.

Qualidade e tradição

O estÍmulo à produção de doces está vinculado ao trabalho da Emater-MG e do IMA com as agroindústrias familiares. As ações são voltadas para orientações técnicas sobre o plantio da fruticultura, processo de produção dos alimentos, boas práticas, etapas para a certificação, informações que devem conter o rótulo e participação em feiras.

Para a coordenadora técnica regional de Bem Estar Social da Emater-MG, Eugênia Mara Gonçalves, o mercado exige novas posturas do produtor: “hoje o público quer ter segurança alimentar, quer saber a origem do produto, se é certificado. As informações precisam estar claras no rótulo. Então a gente trabalha com o produtor no sentido de mostrar as exigências do mercado e da legislação sanitária”.

Ainda segundo Eugênia Mara, o papel do técnico é ajudar o produtor fazer as adequações do processo de fabricação, preservando uma receita que é tradição. “Defendemos uma cozinha mineira mais profissional, valorizando as tradições e a qualidade do produto”, conclui a técnica da Emater-MG.

Os fabricantes de quitandas e doces também recebem informações sobre as formas de colocar os produtos no mercado seja por iniciativa individual ou por meio de cooperativa.

Para se profissionalizar

A assistência aos agricultores familiares interessados em orientação técnica para fabricação e comercialização dos doces é oferecida gratuitamente pela Emater-MG.

Basta o interessado procurar o escritório local mais próximo da sua casa. Endereços e telefones estão no site :www.emater.mg.gov.br.

Agência Minas