quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Estado cria regras para apurar enriquecimento ilícito de servidor

QUI 05 NOVEMBRO 2015 17:00 ATUALIZADO EM QUI 05 NOVEMBRO 2015 17:09


Com o objetivo de fortalecer a apuração de casos em que haja suspeita de enriquecimento ilícito por parte de agentes públicos estaduais, o Governo de Minas Gerais acaba de instituir, por decreto (Nº 46.881), o procedimento de sindicância patrimonial. Pela nova norma, publicada no Diário Oficial nesta quinta-feira (5/11), a Controladoria-Geral de Minas (CGE), ao identificar eventual incompatibilidade entre patrimônio dos agentes públicos do Estado e sua remuneração, poderá convocá-los para comprovar a origem lícita de seus bens.

A chamada sindicância patrimonial poderá ser instaurada, nos casos em que forem encontrados indícios, pela subcontroladoria de Correição Administrativa da CGE. Além dos funcionários da administração direta do Estado, os diretores e servidores das fundações e estatais (como a Codemig, Copasa, Cemig e demais órgãos da administração indireta), poderão ter seu patrimônio analisado e investigado.

“Esta é mais uma das estratégias efetivas que a Controladoria adotará para a prevenção e o combate à corrupção”, ressaltou o Controlador-Geral, Mário Spinelli. Em casos de representação ou denúncia devidamente fundamentados, também poderá ser iniciado processo de investigação.

Sindicância

As investigações serão conduzidas por uma comissão sindicante composta por, no mínimo, dois servidores públicos em exercício na CGE, sendo um deles obrigatoriamente servidor concursado. O processo deverá ser concluído em 30 dias a partir da publicação no Diário Oficial de sua instauração, podendo ser prorrogado, por mais 30 dias, com a autorização do subcontrolador de Correição Administrativa.

Caso não seja comprovada a origem lícita do patrimônio do servidor, estão previstas punições, como, por exemplo, a sua demissão. O caso também será encaminhado ao Ministério Público, para uma eventual ação de improbidade administrativa, e à Secretaria da Receita Federal para apuração de sonegação de tributos de sua competência. A comissão sindicante também poderá recomendar, por exemplo, a instauração de procedimento disciplinar para averiguar a prática de outros atos ilícitos que deram causa ao enriquecimento injustificado do servidor ou outros fatos conhecidos durante a apuração patrimonial.

Sistema Eletrônico

A partir de 2016, o Governo do Estado também contará com uma ferramenta eletrônica capaz de fazer o controle da evolução patrimonial. O novo sistema, com instalação em andamento, permitiu à Controladoria-Geral do município de São Paulo desmantelar a máfia do ISS. A ferramenta permite cruzar as informações declaradas anualmente pelos servidores com outras bases de dados.

Para esta implantação, a Controladoria já celebrou mais de 14 parcerias com diversos órgãos para ter acesso a bancos de dados que irão colaborar na apuração do ilícito. Um exemplo é o acesso ao sistema eletrônico dos cartórios de registro de imóveis, parceria com o Colégio Registral Imobiliário de Minas, e com o Ministério do Trabalho para ter acesso à Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Com isso, será viável, entre outras possibilidades, verificar o quadro de funcionários das empresas.

Transparência

A reformulação de atividades e estratégias para garantir maior transparência à gestão estadual são marcas do trabalho desenvolvido pela Controladoria-Geral do Estado (CGE) desde o início da atual administração, em janeiro deste ano.

Como medidas de correição, a CGE criou uma força-tarefa para otimizar o julgamento de procedimentos disciplinares que estavam acumulados nos anos anteriores. Um relatório detalhado, no portal da Controladoria-Geral, apresenta, de três em três meses, informações sobre expulsões, demissões, suspensões, repreensões e outros resultados de processos verificados.

Em setembro, a CGE trouxe para a capital mineira o maior debate sobre controle interno do país, com discussão sobre os principais desafios para o combate à corrupção. Na mesma linha, a CGE também estendeu aos órgãos da administração direta e indireta treinamentos e esclarecimentos sobre a Lei Anticorrupção (Lei 12.846/2013), regulamentada pelo governador Fernando Pimentel e que tem os processos conduzidos pela Controladoria.

Com relação à transparência das ações de governo, a CGE apresentou, em outubro, o novo Sistema Eletrônico do Serviço de Informações ao Cidadão - o e-SIC. Trata-se da porta de entrada única para os pedidos de acesso à informação aos órgãos e entidades do Executivo Estadual, com acompanhamento dos prazos, respostas de solicitações, espaço para recursos e para opiniões.

A CGE também tem realizado ações de melhoria da gestão pública estadual, com auditorias para o melhor resultado das políticas públicas e estratégias de atuação do governo mineiro. São ações intensivas para garantir o aprimoramento do trabalho e da eficiência da administração pública em todo o território de Minas Gerais.
Agência Minas

DILMA MUDA REGRAS DO INSS E VETA A “DESAPOSENTADORIA”



Deu no Correio Braziliense

A presidente Dilma Rousseff converteu em lei o texto da Medida Provisória 676/2015, que criou uma nova fórmula para o cálculo de aposentadorias conhecida como regra 85/95. A lei está publicada na edição desta quinta-feira (5/11) do Diário Oficial da União (DOU) com muitos vetos, entre eles aos dispositivos que instituíam a chamada “desaposentação”, possibilidade de recálculo do benefício que seria dada a pessoas que continuam a trabalhar mesmo depois de aposentadas. Esse ponto não constava do texto original da MP e foi incluído pela Câmara e mantido no Senado.

Na justificativa do veto, a presidente afirmou que “as alterações introduziriam no ordenamento jurídico a chamada ‘desaposentação’, que contraria os pilares do sistema previdenciário brasileiro, cujo financiamento é intergeracional e adota o regime de repartição simples. A alteração resultaria, ainda, na possibilidade de cumulação de aposentadoria com outros benefícios de forma injustificada”, além de conflitar com as condições para a concessão do auxílio-acidente, previstas na lei que trata dos planos de benefícios da Previdência Social, a Lei 8.213/1991.

A regra 85/95 progressiva foi apresentada pelo governo depois que Dilma vetou, em junho, um projeto no qual os parlamentares incluíram a fórmula 85/95 original, que determinava que o cidadão poderia se aposentar quando o tempo de contribuição à Previdência somado à idade da pessoa tivesse como resultado 85, para mulheres, ou 95, para homens.

AGORA É LEI

A reedição da proposta, agora transformada em lei, inclui nessa regra um escalonamento que aumenta o tempo de contribuição e de idade necessários para a aposentadoria, considerando o aumento da expectativa de vida do brasileiro. O texto aprovado pela Câmara, no entanto, sofreu alterações em relação à proposta do governo e foi mantido pelo Senado.

Pela nova lei, a fórmula 85/95 só será aplicada na íntegra se houver um tempo de contribuição mínima de 35 anos, no caso dos homens, ou de 30 anos, no caso das mulheres. Se esse tempo de contribuição não for atingido, mesmo que a soma da idade com a contribuição atinja o patamar 85/95, incidirá sobre a aposentadoria o fator previdenciário, que reduz o valor do benefício.

A lei fixa a progressividade da pontuação 85/95, com a soma do tempo de idade e contribuição subindo em um ponto a cada dois anos, somente a partir de 2018. A medida enviada pelo Executivo previa o escalonamento já em 2017. Pela regra aprovada, a exigência para a aposentadoria passa a ser 86/96 em 31 de dezembro de 2018; 87/97 em 31 de dezembro de 2020; 88/98 em 31 de dezembro de 2022; 89/99 em 31 de dezembro de 2024; e 90/100 em 31 de dezembro de 2026. Há ainda uma condição especial para a aposentadoria de professores. Para esses profissionais, o tempo mínimo de contribuição exigido será de 25 anos, no caso das mulheres, e 30 anos, para os homens.
Tribuna da Internet

“CUNHA NÃO TEM CONTAS, APENAS FEZ APLICAÇÕES”, DIZ ADVOGADO

Deu na Folha

O advogado Marcelo Nobre, que defenderá Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, diz que ele não feriu o decoro parlamentar porque não mentiu ao dizer que não tinha contas no exterior. “Ele não tem conta corrente em outros países e isso é absolutamente simples de entender. Eduardo Cunha, na verdade, faz parte de um truste, de um fundo, do qual é tão somente beneficiário. Ele não sabe onde esse fundo tem contas, onde aplicam o dinheiro, ele não administra nada”, diz Nobre.

O defensor diz que o presidente da Câmara não declarou os recursos porque “por lei, não é obrigado a isso”. Ele compara a situação de Cunha à de alguém que tem um PGBL, fundo de previdência. “A lei não obriga que esse fundo seja declarado no Imposto de Renda. Quando a pessoa retira os recursos, aí sim, paga todos os impostos”, afirma ele.

Nobre passou a integrar a defesa do parlamentar nesta semana. Ele será responsável somente pela defesa de Cunha no Conselho de Ética.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O advogado está apenas sofismando. A defesa é bastante criativa, mas… Na verdade, Cunha tem mesmo contas secretas na Suíça. Ninguém pode fazer aplicações em bancos, nem mesmo em Fundo de Previdência, sem ter uma conta. Isto é básico nos serviços bancário. (C.N.)
Tribuna da Internet

Receita Federal diz que 43,2% dos empregadores emitiram guias do eSocial

05/11/2015 13h08
Brasília
Daniel Lima – Repórter da Agência Brasil

A Receita Federal informou que, até as 11 horas de hoje (5), mais de 571 mil empregadores domésticos conseguiram imprimir guias para pagamento do documento de arrecadação do eSocial (DAE). Esse total representa 43,2% das guias previstas, calcula a Receita Federal.

De acordo com a Receita, quem obteve a emissão da guia com vencimento em 6 de novembro tem duas opções: o contribuinte pode pagar o documento com a data de vencimento original, sexta-feira (6), ou imprimir uma nova guia para pagamento até o dia 30.

A presidenta Dilma Rousseff assinou ontem (4) portaria interministerial, que será publicada no Diário Oficial da União, prorrogando até o último dia útil deste mês (30) o prazo de pagamento do eSocial. O prazo venceria na próxima sexta-feira (6).

Os problemas na emissão da guia de recolhimento dos encargos dos trabalhadores domésticos, no site do eSocial, levaram o governo federal a adotar a medida.

Edição: José Romildo
Agência Brasil 

Greve não afeta distribuição de combustível, diz BR Distribuidora

05/11/2015 17h48
Rio de Janeiro
Flávia Villela e Vinicius Lisboa - Repórteres da Agência Brasil

A BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras, informou, em nota, que a greve dos petroleiros não afetou, até o momento, a rotina de comercialização e distribuição de derivados do petróleo (combustível) para todo o Brasil. Até o início da tarde, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes também não registrou problemas causados pela greve.

Já o presidente do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro), Simão Zanardi, prevê falta de combustível na semana que vem caso a paralisação continue. "As refinarias param por exaustão. Lá pelo sétimo, oitavo dia, as pessoas que estão trabalhando começam a sair, e aí para", disse. "Os níveis de petróleo estão baixando e, nesse momento, as refinarias começam a perder estoque", acrescentou Zanardi, durante protesto hoje (5) de trabalhadores em greve em uma das entradas da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense.

A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) informou ontem (4) que faz acompanhamento permanente do mercado de combustíveis e não identificou falta de abastecimento por causa da greve dos petroleiros. A ANP disse que “se houver desabastecimento, estudará as medidas a serem tomadas”. Por meio da assessoria de imprensa, a Petrobras descartou hoje desabastecimento no Rio de Janeiro na semana que vem.

A produção de petróleo no Brasil teve queda de 8,5 % ontem (3), segundo nota divulgada nessa quarta-feira pela Petrobras. Este percentual representa 178 mil barris de petróleo da produção diária da companhia. Na avaliação da empresa, o resultado mostra que a greve dos petroleiros tem afetado as operações.

Protesto 

Em uma das entradas da Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, funcionários da Petrobras protestaram hoje (5) contra o Programa de Desinvestimentos da companhia e pedem a conclusão das obras da Refinaria Abreu Lima, do Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) e da Fábrica de Fertilizantes de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Segundo o Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense, 48 plataformas envolvidas na produção de óleo e gás na Bacia de Campos, 30 estão paradas e seis funcionam com restrição. 

A greve foi convocada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). Com um carro de som e cartazes, os trabalhadores tentam convencer os demais trabalhadores a aderirem à greve. Segundo o Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias (Sindipetro), a paralisação teve adesão de 350 dos 600 funcionários que trabalham em regime de turnos na operação da Reduc e 50% dos 1,2 mil do setor administrativo. A categoria critica o Plano de Negócios e Gestão 2015-2019 da Petrobras, que prevê um programa de desinvestimentos com a venda de ativos de US$ 15 bilhões nos próximos dois anos.

"Parar os investimentos da Petrobras é parar a geração de emprego e renda do Brasil, da Petrobras, dos estados e municípios, e por isso temos que mudar o plano de negócios", disse o presidente do sindicato, Simão Zanardi.

Os trabalhadores também reivindicam que cláusulas sociais não sejam cortadas do acordo coletivo de trabalho e pedem que haja reajuste salarial com reposição da inflação. A empresa ofereceu 8,11%.

Segundo o sindicato da categoria, desde o início da greve, um grupo de 250 funcionários, da equipe de contingência, está trabalhando direto na refinaria, sem equipe de troca de turno, para que seja mantido o número mínimo de pessoal na operação das unidades. A assessoria jurídica do sindicato informou que recorreu à Justiça para pedir a liberação dos trabalhadores por meio de medida cautelar e aguarda uma decisão. Na Refinaria de Presidente Bernardes, no polo petroquímico de Cubatão (SP), cerca de 30 funcionários estão trabalhando há 8 dias sem rendição

Procurada pela Agência Brasil, a Petrobras não se manifestou hoje sobre o protesto e o grupo de funcionários confinado.

A Reduc está com a produção reduzida devido à diminuição da extração de petróleo em algumas plataformas na Bacia de Campos, no Norte Fluminense. A refinaria fabrica gasolina, óleo diesel, óleo lubrificante, querosene de aviação e parafina, os principais subprodutos do petróleo, num total de 54 produtos diferentes. O carregamento de coqui – um tipo de carvão que sobra do resíduo do petróleo e é usado para abastecer os fornos de produção de cimento – não está sendo entregue na refinaria pelos caminhões, que não conseguem entrar devido à paralisação dos petroleiros. Conforme Simão Zanardi, a Reduc produz 240 mil barris de petróleo/dia e baixou a produção para 210 mil barris/dia em consequência da redução de petróleo que chega pelos dutos diretamente das plataformas na Bacia de Campos.

Edição: Carolina Pimentel
Agência Brasil

Auditoria do PSDB não encontrou fraude na eleição de 2014, informa TSE

05/11/2015 15h52
Brasília
André Richter – Repórter da Agência Brasil

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou hoje (5) que o PSDB não encontrou indícios de fraude nas eleições de 2014. A informação foi dada em plenário pelo presidente do TSE, ministro Dias Toffoli.

Há um ano, após a divulgação do resultado do segundo turno, vencido pela presidenta Dilma Rousseff (PT), o partido pediu ao tribunal autorização para fazer auditoria própria do processo de votação.

Durante a sessão, Toffoli disse que o PSDB teve oportunidade de confirmar que não houve irregularidades no processo de votação. O objetivo da auditoria era verificar a lisura das eleições do ano passado, ou seja, averiguar a integridade das urnas eletrônicas e sistemas adjacentes, buscando evidências que comprovassem alguma suspeita ou tese de fraude. "Volto a dizer que não foi encontrada nenhuma evidência em tal sentido”, afirmou o ministro.

Em novembro do ano passado, ao solicitar autorização para auditoria, o PSDB declarou que tinha “absoluta confiança” na garantia dada pelo TSE de segurança do pleito, mas pretendia tranquilizar eleitores que levantaram, por meio das redes sociais, dúvidas quanto à lisura da apuração dos votos.

Edição: Nádia Franco
Agência Brasil

Inscrições abertas para o evento "Homeopatia no SUS de Juiz de Fora- 20 anos cuidando de você"

JUIZ DE FORA - 4/11/2015 - 18:42
Notícias de: SECRETARIA DE SAÚDE

A Secretaria de Saúde está com as inscrições abertas para o evento em comemoração aos 20 anos do Departamento de Práticas Integrativas e Complementares (DPIC), que ocorrerá no próximo dia 20.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 10 deste mês pelo telefone 3690-7613, das 8 às 12 horas; na Rua Marechal Deodoro, 496, 3º andar, sala 307 do PAM Marechal, no mesmo horário; e pelo e-mail dpicambulatorio@outlook.com .

O evento começa às 13 horas e segue até 21h30. Mesas- redondas, palestras e atividades culturais compõem a programação do evento.

* Informações com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde pelo 3690-7389/ 7123.

Portal PJF.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Dinheiro pago pela PT aos accionistas da Oi na mira dos investigadores


02/11/2015 - 07:02

Autoridades policiais que investigam o negócio Oi-PT suspeitam da existência de movimentos que terão facilitado as autorizações políticas. Estes poderão ter partido das construtoras brasileiras, após receberem o dinheiro devido pela PT.

O negócio contou com o envolvimento político de Lula da Silva e de José Sócrates NUNO FERREIRA SANTOS

As autoridades policiais que investigam o negócio Oi-PT, celebrado em 2010, suspeitam que os movimentos financeiros que terão facilitado as autorizações políticas necessárias ao acordo de telecomunicações luso-brasileiro partiram das construtoras accionistas da operadora paulista, após terem recebido parte do dinheiro devido pela operadora portuguesa, no valor de 1200 milhões.

Os últimos meses têm sido de grande azáfama para a Polícia Federal, que procura desmontar a teia de corrupção e de lavagem de dinheiro urdida à volta da cúpula política brasileira. Um escândalo conhecido por "Lava-Jato" (que se centra à volta de Lula da Silva) e que derivou para outras averiguações que se desenrolam em paralelo, uma delas com um elo luso-português: o negócio entre a PT e a Oi.

As investigações que hoje decorrem no Brasil e em Portugal, de modo autónomo, mas com canais abertos, já deixam levantar a ponta do véu sobre possíveis pagamentos de várias dezenas de milhões de euros ao universo restrito do ex-Presidente da República Lula da Silva, bem como a ex-governantes e gestores brasileiros e portugueses. Movimentos financeiros que as autoridades suspeitam poderem ter saído de veículos internacionais ligados aos accionistas da Oi, encabeçados pela construtora Andrade Gutierrez, através de territórios como Angola (onde opera também via Zagope) e Venezuela.

O presidente da Andrade Gutierrez é réu no processo Lava-Jato, sendo-lhe atribuídos os crimes de corrupção, de lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Otávio Azevedo é considerado a cabeça da engrenagem que possibilitou o acordo entre a PT e a Oi em Julho de 2010. Um negócio que necessitou de múltiplas autorizações políticas dos dois lados do Atlântico e que começou a ser preparado no final de 2007 como resposta à intenção firme da Telefónica de adquirir os 50% da brasileira Vivo que estavam nas mãos da PT e que era o motor de crescimento da empresa portuguesa.

À procura de pistas
Este é um dossier que está a ser seguido pelas polícias brasileiras e portuguesas, que tentam apanhar o fio à meada. O PÚBLICO sabe que, a partir da documentação e de emails apreendidos, de escutas telefónicas e de depoimentos recebidos de viva voz, as autoridades têm procurado reunir provas para determinar estilos de actuação que se repetem, estratégias que não sejam meras coincidências. No actual cenário de maior sofisticação da criminalidade financeira, a recolha de prova directa encontra-se muito dificultada, pois o objectivo é detectar uma simultaneidade entre movimentos de dinheiro e a deslocação dos interesses no terreno, que, conjugadas com outros elementos, permitam dar consistência às suspeitas e indícios.

Hoje, é do conhecimento geral que há inquéritos em curso confirmados pelos ministérios públicos de ambos os países relacionados com a abrangência dos contactos que se estabeleceram entre os círculos próximos do ex-Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e os do ex-primeiro-ministro José Sócrates. A Procuradoria-Geral da República já informou que as autoridades brasileiras pediram “a cooperação judiciária”, mas não avançou detalhes.
Na lista de acções policiais consta o raide à sede da PT, em Janeiro de 2015 AFP/PATRICIA DE MELO MOREIRA

Na lista de acções policiais consta o raide à sede da PT, na Avenida Fontes Pereira de Melo, em Janeiro de 2015, para recolher dados sobre os negócios com a Oi. E, no início de Setembro, o semanário Sol revelou que na casa de Luís Oliveira Silva, sócio e irmão de José Dirceu, o antigo homem forte de Lula da Silva, a Polícia Federal apreendeu um documento com uma anotação sobre a "Portugal Telecom”.

A malha aperta-se, portanto, à volta da actuação da empresa nacional nos últimos anos e dos seus principais gestores e accionistas, alvo de vários processos judiciais. O mês passado ficou a saber-se que a operação Marquês (que tem no epicentro José Sócrates, Armando Vara, Carlos Santos Silva) se alargou à oferta pública de aquisição (OPA) lançada pela Sonae, em 2006, sobre a PT. Recentemente, o Diário de Notícias informou que o Ministério Público ouviu, a 22 de Setembro, o presidente da Sonae, Paulo Azevedo, na qualidade de testemunha.

Em causa estão os trâmites que envolveram o chumbo da OPA na assembleia geral de 2 de Março de 2007 e que forjou uma aliança entre accionistas da PT, encabeçada pelo BES e pela Ongoing, e o Estado. Depois de na fase inicial ter dado sinal de que apoiava a OPA, Sócrates acabaria por recomendar à Caixa Geral de Depósitos, que tinha como vice-presidente Armando Vara, para se abster na decisão, o que ditou o fim da oferta. Daí ser previsível que o MP procure encontrar uma ligação do voto do banco estatal a possíveis movimentos de dinheiro.

O início do negócio
No entanto, foi no seguimento desta operação que se deu a aproximação à Oi. A Telefónica, grande accionista da PT, tinha celebrado um pacto secreto com a Sonae: caso a OPA vencesse, venderia os 50% da Vivo nas mãos da PT. Acossado pela “traição”, o núcleo duro da PT (BES-Ongoing) começou a procurar um novo acelerador de crescimento no Brasil.

Data desta época o discurso do então presidente da PT, Henrique Granadeiro, a defender a criação de um operador transatlântico de língua portuguesa, como alternativa à Vivo. Sabe que a Vivo irá, mais tarde ou mais cedo, parar às mãos da Telefónica. O plano levá-lo-á diversas vezes a São Paulo, onde mantém reuniões com velhos conhecidos. Um deles foi Otávio Azevedo. Em 1998, a Andrade Gutierrez (28%) apareceu associada à PT no consórcio para comprar a Telesp Celular (que dará origem à Vivo), ao lado da Telefónica (19%). Mas antes de a privatização estar concluída a construtora saltou fora.

Oito anos volvidos os caminhos da PT e da Gutierrez voltam a cruzar-se. Otávio Azevedo assumirá um papel fulcral nas conversações que daí em diante se desenrolam. Começava a ser preparado o embrião da operação PT-Oi que será anunciado quatro anos depois.

Em simultâneo, Granadeiro movia-se junto das altas esferas do Governo brasileiro para encontrar aliados. A 8 de Junho de 2007, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, declarou publicamente ser favorável ao projecto da PT e deu garantias de empenho junto de Lula da Silva para que este recebesse de "braços abertos" a ideia “defendida por Henrique Granadeiro”.

Foi neste contexto que o ex-Presidente da República Mário Soares foi sondado pela PT, para ajudar a criar pontes com o Presidente Lula. E é Soares que aconselha Granadeiro a procurar o escritório de advocacia Fernando Lima, João Abrantes Serra e José Pedro Fernandes, a LSF & Associados. O gabinete é sócio no Brasil de José Dirceu, o líder petista conhecido como facilitador de negócios, a quem a LSF chegara anos antes por via de José Pedro Fernandes. Mas será Abrantes Serra a apresentar Dirceu a Nuno Vasconcelos e a Rafael Mora, da Ongoing (e a Miguel Relvas). Dirceu, que surgiu nos epicentros dos grandes escândalos que rebentaram no Brasil ("mensalão", Lava-Jato e "petrolão"), é classificado pela Polícia Federal como o “chefe da quadrilha”. Dirceu contesta e diz que é vítima de perseguição política.

Passado pouco tempo na folha de avenças mensais da PT começa a constar o nome do escritório de advocacia LSF & Associados com facturações mensais de 50 mil euros. Quando detecta os movimentos, Luís Pacheco de Melo, ex-administrador financeiro da PT, questiona Granadeiro, mas o CEO avisa-o que existe um acordo para cumprir – o que não impede o ex-CFO da PT de suspender as avenças, mas não evita a entrega à LSF de 200 mil euros. A colaboração da LSF-Dirceu com a PT foi confirmada ao PÚBLICO pelos protagonistas.

O PÚBLICO pediu aos principais responsáveis envolvidos neste dossier para comentarem informações ou prestarem esclarecimentos, mas todos declinaram. Pacheco de Melo alegou não ter disponibilidade para o fazer por estar a viver fora de Portugal (é o novo administrador financeiro da Mota Engil na América Latina), enquanto Henrique Granadeiro optou por sublinhar que estão a decorrer vários processos judiciais envolvendo a ex-PT (agora Pharol) pelo que tem dever de sigilo.

Um dos visitantes mais assíduos de Ricardo Salgado (hoje em prisão domiciliária no âmbito do caso Monte Branco, que investiga o maior caso de crimes de branqueamento de capitais) será Otávio Azevedo, que tem casa em Lisboa. Entre o final de 2007 e o começo de 2011, há registo de várias idas à sede do BES, para manter reuniões com o banqueiro. Por vezes, aparecem Nuno Vasconcellos e Henrique Granadeiro. Era o início da preparação da parceria PT-Oi, que será monitorizada pelo Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, tutelado por Mário Lino (próximo de Sócrates). O seu chefe de gabinete, Luís Ribeiro Vaz, tem grande proximidade do núcleo duro da PT. António Cunha Vaz, que trabalhou com a Sonae na OPA, relatou em 2012 ao PÚBLICO: “Ouvi Ribeiro Vaz contar que uma parte do dia estava no gabinete de Mário Lino [com quem Azevedo discutia os detalhes da OPA] e a outra com a Ongoing a montar a estratégia contra a OPA.”

Após o escândalo "mensalão" (ligado à compra de votos de parlamentares brasileiros entre 2005 e 2006), começa a procura de novas fontes de rendimento. No final de 2008, chegava a Lisboa José Dirceu, coincidindo com a visita de Lula da Silva, que está em viagem oficial.

As grandes operações a necessitar de autorizações estatais estão, por vezes, reservadas a quem paga comissões. E à Avenida Fontes Pereira de Melo, sede da PT, vai chegar a informação de que o negócio com a Oi está condicionado à entrega ao grupo petista de 50 milhões de euros, verba que deve ser movimentada por uma conta em Macau. Sem pagamento, não haverá parceria.

Na PT torce-se o nariz e o ex-CFO Pacheco de Melo declara que as avaliações técnicas à Oi não o convenceram. E não há acordo quanto aos termos da transacção. A primeira tentativa de junção da PT-Oi não será bem sucedida, o que não impediu que as portas continuassem abertas a um entendimento.
Telefonica conseguiu ficar com os 50% que a PT detinha na Vivo NACHO DOCE

Enquanto tudo isto se passa, a Telefónica prosseguia o seu objectivo de adquirir os 50% que lhe faltam da Vivo. E procura apoio junto de Abrantes Serra e da consultora Oliveira e Silva & Associados. Esta empresa, ligada a Dirceu e ao irmão Luís Oliveira Silva, foi identificada pela Polícia Federal como suspeita de intermediar pagamentos ilícitos a terceiros, com cobrança de comissões em grandes transacções.

No primeiro semestre de 2010, a banca portuguesa, que apostara no financiamento em larga escala, contando com o fácil acesso aos mercados, com baixas taxas de juro, dá por terminado o ciclo favorável. E, sabe-se agora, que no BES havia contas para pagar.

Por volta de Abril são reabertos os contactos com a Oi. E Salgado, Vasconcellos, Granadeiro e Otávio Azevedo voltam a juntar-se em Lisboa para ultrapassar o impasse. Em comum têm problemas para resolver: o BES enfrenta restrições financeiras, a Ongoing tem dívidas de quase 800 milhões, a PT quer encontrar um substituto para a Vivo, a Oi está alavancada no banco estatal BNDES.

Mas no Brasil falta dar um empurrão ao acordo PT-Oi. Para impor umdeadline, a Telefónica antecipa-se e oferece à PT, a pronto pagamento, 7,15 mil milhões de euros por 50% da Vivo.

Quando, finalmente, a Telefónica dá o passo em frente, a administração da PT anuncia que levará a proposta à assembleia geral (AG) de 30 de Junho de 2010 com recomendação positiva. O Estado tem uma golden share (acções com direitos especiais) e José Sócrates veta a operação com o argumento de que só a autorizará depois de a operadora lhe apresentar uma alternativa no Brasil.
Após a fusão com a Oi, a PT Portugal acabou por ser vendida aos franceses da Altice, alterando o modelo de negócio inicial NACHO DOCE

O foco da AG sofre uma reviravolta que surpreendeu a maioria dos presentes. Sobre este incidente há opiniões: os grandes accionistas e gestores da PT foram apanhados desprevenidos; o veto de Sócrates foi concertado com o núcleo duro da PT para criar dificuldades e obrigar a acelerar o fecho do negócio.

Conversas entre Lula e Sócrates
Nos dias seguintes multiplicam-se as conversas entre Lula e Sócrates e os entendimentos entre a PT e a Oi. Movimentações que se tornam claras quando, a 8 de Julho, José Dirceu surgiu em Lisboa a dar uma entrevista aoDiário de Notícias: “Sempre defendi a fusão da Oi com a Brasil Telecom ou com uma empresa como a PT.” Na altura, fonte não oficial da PT inquirida sobre o que veio fazer Dirceu a Portugal, foi taxativa: “Nunca trabalhámos com os escritórios de Dirceu no Brasil, mas não podemos garantir que os accionistas não o tenham feito.”

Dias depois o jornal Folha de São Paulo avançava que Brasília "articula uma operação para que a Oi e a PT virem sócias". E refere: Lula da Silva e José Sócrates já trataram do assunto. Ora, Otávio Azevedo é um homem de muitas conexões políticas. O BNDES, o banco estatal brasileiro presidido por Luciano Coutinho, detém 5% da Oi, e está agora a ser alvo de averiguações por contratos de financiamentos suspeitos, nomeadamente com Angola. Outro investidor da Oi é o Pactual, liderado por André Esteves, que é o banco de investimento da Andrade Gutierrez. Quer Luciano Coutinho, quer André Esteves são figuras do círculo de Lula da Silva.

A 27 de Julho de 2010 é anunciado fumo branco. A Telefónica vai pagar pelo controlo da Vivo 7,5 mil milhões (sobe o preço para o Estado salvar a face, mas o valor será liquidado em três tranches) e a PT aceita adquirir 23% da Oi por 3,75 mil milhões, dos quais dois terços se destinarão a aumentar o capital da operadora paulista. A restante parcela, 1,2 mil milhões, será partilhada pelos accionistas.

Os acordos finais vão continuar a exigir reuniões no BES e na PT. E sempre à porta fechada. O pacto definitivo será celebrado a 26 de Janeiro de 2011, enquanto os pagamentos da PT à Oi só ficarão concluídos nos meses seguintes.

As autoridades suspeitam agora de eventuais verbas ilícitas entregues ao grupo de Lula da Silva e a políticos e gestores portugueses. E os indícios apontam para uma origem na parcela de 1,2 mil milhões, com o Ministério Público a querer saber quem deixou a sua assinatura.

O negócio PT-Oi parecia ser a combinação perfeita, mas produziu escândalo e transfigurou-se, seja pela diminuição do peso dos accionistas nacionais na Oi (por via do impacto do BES), seja pela venda da PT Portugal aos franceses da Altice. A ligação promíscua ao seu accionista emblemático, o BES, revelou-se fatal para a PT. E, quando o GES ruiu, foi obrigada a contabilizar uma perda de quase mil milhões de euros que se traduziu no fim do grande projecto luso-brasileiro. E levou às demissões de Granadeiro e Zeinal Bava.

A 19 de Junho, o juiz Sérgio Moro deu ordem de prisão a Otávio Azevedo, por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa para fraudes em licitações milionárias da Petrobras entre 2004 e 2014, com depósitos no exterior.

A defesa do ex-administrador da PT (Azevedo foi nomeado administrador em 2011), em representação da Oi, contestou e alegou que o gestor era presidente da holding Andrade Gutierrez, com funções de representação institucional e que “nunca teve conhecimento da dinâmica comercial e operacional” da construtora. O juiz respondeu que tem provas significativas dos crimes e manteve-o preso.

http://www.publico.pt/economia/noticia/x-1713019

JUSTIÇA DE PORTUGAL PEDE A PRISÃO DE LULA NO BRASIL E STF PEDE MAIS INFORMAÇÕES

03/11/2015

Como se trata de um político brasileiro que ainda mantém foro privilegiado, por ser um ex-presidente da República, o STF – Supremo Tribunal Federal, antes de sequer analisar o pedido, requereu maiores informações à justiça de Portugal sobre o processo e as provas contra o ex-mandatário do executivo brasileiro, que sustentam o pedido de prisão. O Processo corre em segredo de justiça tanto em Portugal, como no Brasil.
O motivo do pedido de prisão seria o direto envolvimento de Lula no escândalo que envolve o envio de recursos (doações de campanha), vindos de Portugal, para a campanha do ex-presidente no valor total de R$ 700 milhões de reais. A doação foi feita pela Portugal Telecom, com recursos públicos do Governo Português, o que seria um crime federal.
Estes valores foram acertados entre Lula e o então ex-primeiro ministro de Portugal José Sócrates, que já está preso em Portugal.
O ex-primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, foi detido sob a acusação de ‘fraude fiscal, lavagem de dinheiro e corrupção ativa’. Sócrates foi detido ao desembarcar no aeroporto de Lisboa, em um voo procedente de Paris.
Como resposta as doações de Campanha vindas da Portugal Telecom, Lula assinou decretos beneficiando e dando isenção fiscais aos negócios da Portugal Telecom aqui no Brasil. Vale lembrar que a Portugal Telecom é acionista da OI no Brasil.
Uma fonte que pediu anonimato, foi ouvida por telefone pela REDE GNI e afirmou categoricamenteque o pedido de prisão vindo de Portugal chegou ao STF no dia 26 de Novembro, mesmo dia em que chegou o requerimento especial de cooperação entre os países para facilitar a autorização da prisão e extradição para a Europa do ex-presidente Lula. Afirma ainda a mesma fonte que as provas já enviadas ao STF são sumárias e gravíssimas.
Segundo relatos de assessores próximos ao Palácio do Planalto, estas informações já chegaram aos ouvidos de Lula bem como de Dilma Rousseff, o que teria causado desespero na alta cúpula petista.
“O Ministério Público Português está obcecado pela prisão de Lula“, afirmou um importante jornalista português, que pediu anonimato em contato telefônico com a REDE GNI.
“Existe a real possibilidade da Justiça portuguesa decretar a prisão preventiva do Luiz Inácio Lula da Silva antes mesmo da Justiça brasileira, caso o STF não autorize a prisão de Lula” concluiu este mesmo Jornalista ouvido pela REDE GNI por telefone no dia 30 de Novembro. Caso a Justiça portuguesa decrete a prisão de Lula, ele ficaria impedido de viajar a qualquer país da Europa, sob o risco de ser preso imediatamente pela Interpol.
“A Justiça portuguesa não é tão seletiva, amistosa e tolerante como a Justiça brasileira“, concluiu.
O Jornal Português Público afirmou que a amizade do ex-primeiro ministro José Sócrates com o irmão do ex-ministro José Dirceu, Luiz Eduardo que foi preso recentemente em Portugal, é o elemento de ligação com Luís Inácio Lula da Silva, e o crime praticado em Lisboa.

FONTE: Jornal PÚBLICO – PORTUGAL

http://pensabrasil.com/justica-de-portugal-pede-a-prisao-de-lula-no-brasil-e-stf-pede-mais-informacoes/

HÁ UMA CRISE ÉTICA NO PAÍS, AFIRMA O COMANDANTE DO EXÉRCITO

Comandante explica as preocupações do Exército


Tânia Monteiro
Estadão

Dois dias depois de se ver obrigado a demitir o Comandante Militar do Sul, general quatro estrelas Antonio Hamilton Martins Mourão, e transferi-lo para a Secretaria de Economia e Finanças do Exército, em Brasília, por conta de declarações de cunho político nas quais pregou o “despertar de uma luta patriótica” e disse também que “a vantagem da mudança (da presidente da República) seria o descarte da incompetência, má gestão e corrupção”, o Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, concedeu entrevista ao Estado na qual avisou que quem fala pela Força é ele. Mas defendeu que “militar pode falar” e “tem de falar”, ressalvando, no entanto que “cada um na sua esfera de atribuição”. O general advertiu que “em questões institucionais, quem se manifesta é o comandante”.

O general Villas Bôas reconheceu que “há uma crise ética no País” embora ressalve que a chegada do PT ao poder “não tem responsabilidade nisso”. Disse também que “a corrupção está instalada no Brasil”, mas ressaltou que todas as instituições estão em pleno funcionamento e que “não há chance” de intervenção politica dos militares.

A demissão do general Mourão foi uma punição exemplar?

Trata-se de um oficial reconhecido na Força, que tem todo o respeito do comandante. Mas esta questão não pode ser abordada de maneira simplista. Em momento conturbado, não é desejável nada que produza instabilidade ou insegurança. A nossa preocupação é de cooperar para manutenção da estabilidade para que as instituições possam cumprir seus papéis e caminhar em direção à solução da crise em nome da sociedade. Foi isso que nos moveu, para que nenhum movimento venha gerar insegurança ou instabilidade. Essa movimentação (do general Mourão) teve o sentido de mostrar que toda e qualquer manifestação do Exército tem de ser institucional.

Se outros militares da ativa fizerem declarações como essa podem sofrer punições semelhantes?

Não há como estabelecer um parâmetro rígido de comportamento porque tudo depende do contexto, do teor, da conjuntura. Mas, de uma maneira geral, sim. Manifestações tanto em um sentido, quanto em outro, não são desejáveis. Institucionalmente quem se manifesta em nome do Exército é o comandante.

Militar não deve falar?

Militar tem de falar, pode falar. É lógico que, cada um na sua esfera de atribuição e nas questões institucionais, quem se manifesta é o comandante. A sociedade brasileira se desacostumou a ouvir os militares e sempre que os militares se manifestam isso causa alguma reação, repercussão, e não deve ser assim. O segmento militar faz parte da sociedade e do Estado e tem um papel muito importante.

Diante desta crise toda que vivemos no País, qual é o papel dos militares?

O Exército passou 14 meses como força de pacificação na Favela da Maré porque havia risco de crise social e o Exército foi chamado a intervir. Não há alarmismo nisso. É uma situação prevista na Constituição. Tanto é que fomos empregados, na Maré, no Alemão, em terra indígena em Mato Grosso. E nos preocupa sim porque se a crise econômica prossegue, o desempego, a falta de perspectiva, é natural que isso acabe se transformando em um problema social e problema social se se agrava, se transforma em violência, e se se transforma em violência, passa a nos dizer respeito diretamente. Este é o papel constitucional do Exército e isso não manifesta nenhuma intenção de quebra de institucionalidade. Nosso papel é manter a estabilidade e nos preocupa qualquer coisa que venha eventualmente a quebrar esta estabilidade

O presidente da CUT convocou a população a pegar em armas e ocupar trincheiras para defender o mandato da presidente…

Este tipo de manifestação nos preocupa porque se trata de incitamento à violência. Ela não contribui para a estabilidade do País e a normalidade do funcionamento das instituições. Mas é algo que diz respeito à segurança publica diretamente. Então nos preocupa mas, de maneira nenhuma, vai provocar nossa atuação.

O sr. teme que, caso o Congresso decida pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff haja uma convulsão social e o Exército tenha de entrar?

O Exército deve estar preparado para qualquer emprego previsto na Constituição.

Um presidente da Câmara dos Deputados acusado de vários crimes é um problema?

Esse é um problema que toca diretamente e deve ser solucionado no ambiente do Legislativo. Não faz parte das atribuições do Exército.

Há uma crise ética no País?

Há uma crise ética no País. Inclusive, eu acho interessante que está muito comum, muito mais do que se pensa, as pessoas nos demandarem, exigir que o Exército tome providências para solucionar a crise. Mas as pessoas estão demandando, na verdade, são os valores que as Forças Armadas encarnam e representam e que a sociedade está carente. E há a percepção que sem a restauração destes valores é difícil que o Brasil recupere trajetória de evolução, do progresso e do desenvolvimento.

A chegada do PT ao poder tem responsabilidade nisso?

Não, absolutamente. Essa crise ética da sociedade brasileira é um processo que não se instaura de um momento para o outro. Isso já vem de algum tempo. Nem mesmo a autoridade da professora na sala de aula está sendo mais reconhecida. A questão ética se agravou, mas paralelamente as instituições tem cumprido com muito mais eficiência e visibilidade os seus papéis.

O sr. concorda com a ideia de que a corrupção está instalada no Brasil ou não?

Concordo. Mas eu diria que este é um estado de coisas que nós vivemos. Durante a Operação Pipa, no Nordeste, 60% dos 6800 caminhoneiros que trabalham na distribuição de água tentaram algum tipo de fraude. Não se trata de estigmatizar os caminhoneiros. Não é isso. Os caminhoneiros fazem parte da sociedade brasileira. São práticas que se tornaram comuns na sociedade e isso é a base de uma pirâmide . A medida que vai subindo, vai se potencializando.

Tribuna da Internet