23/03/2015
às 5:41O PT já convocou seus estafetas na imprensa e seus esbirros na subimprensa para satanizar jornalistas e veículos de comunicação que consideram “responsáveis” pelas manifestações de protesto contra o governo Dilma e contra o petismo. Atribuem a esses “adversários” o que chamam de estímulo à “direita raivosa”. Trata-se de uma raiva estranha:
– não tem armas;
– não agride ninguém;
– veste as cores nacionais;
– não depreda patrimônio público;
– não ataca o patrimônio privado;
– valoriza o trabalho;
– dedica-se ao estudo;
– aposta no mérito;
– opõe-se, por óbvio, à roubalheira:
- defende a Constituição e as leis.
– não agride ninguém;
– veste as cores nacionais;
– não depreda patrimônio público;
– não ataca o patrimônio privado;
– valoriza o trabalho;
– dedica-se ao estudo;
– aposta no mérito;
– opõe-se, por óbvio, à roubalheira:
- defende a Constituição e as leis.
Ainda que houvesse mesmo, o que é falso, dois ou três responsáveis por essas manifestações em defesa da democracia e do estado de direito, seria o caso, então, de perguntar se os valores que estariam sendo estimulados são ruins. Se o que vai acima é coisa da direita raivosa, cumpre indagar: qual é, então, a esquerda amorosa? A que se arma? A que agride? A que veste vermelho? A que depreda o patrimônio público? A que ataca o patrimônio privado? A que despreza o trabalho? A que faz pouco caso do estudo? A que repudia o mérito? A que defende o roubo social?
Em junho do ano passado, por ocasião das manifestações de protesto no período da Copa do Mundo, Alberto Cantalice, vice-presidente do PT, incluiu meu nome numa lista negra de nove pessoas que, segundo ele, estimulavam o ódio. No link, vocês encontram os demais, se é que ainda não sabem.
Muito bem! A Copa passou. Boa parte dos brasileiros que estão nas ruas em março de 2015 — e que devem voltar no dia 12 de abril — não se manifestou em junho de 2013 (movimento majoritariamente liderado pelas esquerdas) e em junho do ano passado: com perfil mais heterogêneo, mas, ainda assim, com sotaque esquerdista. Desta vez, de fato, o público é outro. Conversei com muita gente na Paulista no dia 15 de março. Boa parte estava no seu evento inaugural. Protestos e manifestações, como sabemos, costumam ser coisas de profissionais da militância ou de mercenários pagos por esses profissionais. Gente que trabalha e estuda não tem tempo para isso — infelizmente!
Mas houve, tudo indica, o despertar da indignação. O Reinaldo, a Maria ou o J. Pinto Fernandes do poema de Drummond não respondem pelos milhões nas ruas. Reinaldo e outros tantos jornalistas que estão na mira do PT não levam 100 para a praça. Mas Dilma, Lula e José Dirceu podem levar milhões. E daí? O partido convocou seus aliados para a guerra suja. E ela já está em curso. OS MALUCOS NÃO ESTÃO ENXERGANDO DIREITO A REALIDADE. NÃO PERCEBEM QUE JÁ NÃO DITAM A PAUTA E QUE O ESFORÇO PARA DESQUALIFICAR OS “ADVERSÁRIOS” SÓ FORTALECE AQUELES CUJO TRABALHO QUEREM MACULAR.
Vamos à luta. Guerra suja se vence com informação. E a ela, então, vamos nos dedicar para botar os devidos pingos nos “is”. Mas o trabalho de intimidação será inútil. Servirá, ao contrário do que pretendem, para marcar posições. Eu acho que é mesmo chegada a hora de definir com mais clareza o papel de cada um e o lado que ocupa no polígono das ideias.
Neguei, e continuo a negar, que a manifestação do dia 15 tenha sido de direita. Não porque a designação me incomode. Basta ler o que escrevi a respeito ao longo de mais de oito anos. É que sou um democrata da direita realista, não um otimista. O “ser de direita” supõe que as pessoas já plasmaram também um universo conceitual e um conjunto de prefigurações e até de utopias que gostariam de ver realizadas — no caso, identificadas com as liberdades individuais, o livre mercado, a democracia política e a redução drástica do poder do estado.
A pauta da rua é parente desses valores, mas não é ideológica — ideológicas são, isto sim, as invectivas hidrófobas de parte considerável da esquerda contra a população que trabalha, que arrecada impostos e que faz o país funcionar.
Aguardem a nova lista negra. Afinal, como sabemos, a Secom — Secretaria de Comunicação da Presidência — admite que os companheiros fornecem “munição” ao subjornalismo para ser “disparada” pelos “soldados de fora”.
Texto publicado originalmente às 23h46 deste domingo
Por Reinaldo Azevedo