11h39min - 05 de Março de 2015 Atualizado em 12h03min
Júlio/CBMMG
A importância do simulador é estar em conformidade com novas modalidades de combate a incêndio urbano
Um simulador para instruções de combate a incêndio estrutural e para a observação dos efeitos do fogo foi adquiro pelo Corpo de Bombeiro Militar de Minas Gerais (CBMMG). Minas Gerais é o terceiro Estado a possuir este tipo de equipamento, juntamente com Espírito Santo e Brasília. Somente no ano de 2014, os Bombeiros atenderam 1.648 ocorrências de incêndio urbano na cidade Belo Horizonte. Já nos últimos quatro anos, foram 6.152 atendimentos. Os incêndios urbanos na capital estão concentrados na região Centro-Sul.
O primeiro treinamento foi realizado com 16 alunos do Curso de Habilitação de Oficias. A otimização do uso da água nos combates a incêndio, a simulação realista de um ambiente confinado, a experiência dos bombeiros combatendo em altas temperaturas e a confiança no equipamento de segurança individual são alguns dos benefícios que este simulador oferece para a formação dos bombeiros mineiros.
O simulador, uma espécie de container, está instalado no Pelotão Ceasa, pertencente ao 2º Batalhão de Bombeiros Militar (2º BBM) e adquirido em julho de 2014, por meio de um convênio da Instituição com a Central de Abastecimento de Minas Gerais (CeasaMinas). Os bombeiros de Minas Gerais tiveram contato com o container após participarem de um seminário de combate a incêndio em Brasília. Com a parceria da Ceasa e de empresas particulares, adquiriram o simulador por R$ 8,5 mil e investiram, ainda, R$ 17 mil para sua instalação.
A importância do simulador é estar em conformidade com novas modalidades de combate a incêndio urbano que pregam a economia de esforços dos militares, apuração da técnica e economia de água. “A utilização de jatos atomizados, a aplicação de água em ambientes fechados, a observação dos movimentos do fogo e dos gases tóxicos são algumas das possibilidades de treinamento”, afirma o comandante do pelotão Ceasa, Subtentente Rogério da Rocha Gomes.
Treinamento
As diferenças de instrução proporcionadas pelo simulador estão relacionadas ao contato do combatente com o calor e com o fogo característicos das ocorrências em ambientes confinados. Com ele, é possível chegar a temperaturas de 800 graus, e de fato, testar as funções dos roupões de combate a incêndio e do aparelho de respiração autônomo.
Durante as instruções são transmitidas técnicas de atuação em locais sujeitos a um flashover (incêndios que se desenvolvem de forma mais rápida do que a esperada) e backdraft (explosão causada pela diminuição de oxigênio no local e a alta concentração de gases inflamáveis). O militar pode observar, ainda, de forma controlada a evolução do incêndio com a movimentação dos gases inflamáveis e a aplicabilidade dos jatos d’água de forma otimizada. Dessa forma, o bombeiro adquire maior confiança e segurança na hora do combate real.
Em Minas Gerais, apenas o tenente Paulo Henrique Camargos Firme é habilitado como instrutor, após passar por um treinamento no Corpo de Bombeiros de Brasília. De acordo com o tenente Firme, a importância do container é possibilitar a aprendizagem por meio da prática. “Permite a ambientação do bombeiro com o calor e a consciência da utilização dos equipamentos de segurança, além do contato mais realista com situações que irão encontrar no incêndio.”
No futuro será realizado o treinamento do efetivo do Corpo de Bombeiros e de Brigadas de Incêndio, como a da Cidade Administrativa, que tem hoje cerca de 1,2 mil integrantes e é considerada a maior brigada de incêndio da América Latina.
Agência Minas