03 de Fevereiro de 2015 Atualizado em 17h49min
Divulgação/CBMMG
Nesta terça-feira (3), em Belo Horizonte, o Batalhão de Operações Aéreas do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais foi palco de um encontro especial: o garoto de 12 anos, Paulo Ricardo Campos, e a equipe responsável por seu salvamento, em Prudente de Morais, na região central do estado, em acidente ocorrido no penúltimo dia de 2014.
Depois de prender o pescoço acidentalmente entre as cordas de uma rede, o menino foi transportado em estado grave pelo helicóptero Arcanjo 3 para o Hospital João XXIII, na capital mineira. Com o apoio e sucesso da ação dos Bombeiros, o dia 30 de dezembro de 2014 agora pode ser lembrado pela família Campos como a segunda data de nascimento de Paulo Ricardo.
Agora recuperado, o adolescente, que esteve desacordado e não se lembrava do ocorrido no acidente, fez questão de conhecer a equipe que ajudou em seu salvamento. Acompanhado pelos pais, irmãos e outros familiares, Paulo entregou aos novos amigos uma carta escrita por ele, contando toda a história. “O que eles fizeram por mim eu não posso pagar. Só Deus. Passei a admirá-los ainda mais!”, declarou no reencontro.
O helicóptero que salvou o jovem faz parte da Esquadrilha Arcanjo, formada por três helicópteros e um avião. Além de dois modelos Esquilo, o Batalhão conta com o reforço de um EC-145, o Arcanjo 04, modelo birturbina, capaz de transportar dois pilotos, nove tripulantes e duas vítimas e ainda possibilita que o médico e o enfermeiro realizem manobras nos pacientes.
Resgate
Devido à existência de um convênio entre o Corpo de Bombeiros e o Samu-BH, as duas equipes puderam permanecer prontas para o atendimento, reduzindo o tempo de chegada até a ocorrência. Por essa razão, uma completa equipe pôde atuar no atendimento ao jovem.
A bordo do helicóptero na ocasião do acidente estavam os capitães Penido e Nelson, comandantes da aeronave, o sargento Freitas, observador aéreo, o médico Bruno Vergara e o enfermeiro Tiago Silva, do Samu-BH. Em terra, o suporte foi dado pelo cabo Moisés, o subtenente Nascimento e o soldado Marcelo. Segundo o médico Bruno Vergara, o estado de saúde do garoto era realmente preocupante. “Ficamos em dúvida se ele teria condições de transporte, mas não tínhamos outra opção”, conta.
O voo salvador durou apenas 15 minutos, mas tempo precioso para que mais uma vida fosse preservada e o garoto não tivesse sequelas. Em situações como essa, como informa o Corpo de Bombeiros, o transporte aéreo representa uma garantia de vida para a criança.
Assim que pousou no heliponto do Hospital João XXIII, o menino foi recebido pela equipe multidisciplinar de atendimento ao trauma, que assumiu o tratamento. Hoje, o garoto está bem e sem sequelas. “Quero que minha história sirva de exemplo pra outras mães e crianças”, alertou o menino. Paulo Ricardo, inclusive, registrou sua história em um caderno que reúne alguns depoimentos de vítimas que, assim como ele, foram socorridas nos helicópteros.
O acidente
Paulo brincava em uma rede colocada na varanda quando se acidentou. O irmão mais novo pediu socorro ao tio Eduardo César, que iniciou manobras de reanimação. Com a chegada de outros parentes, a criança foi levada para o hospital local e, em seguida, para o Samu de Sete Lagoas, a 70 quilômetros de Belo Horizonte. Foi de lá que partiu o acionamento da Esquadrilha Arcanjo.
Felizes com o desfecho da situação, os pais de Paulo, os comerciantes Gestal e Vanilda, não tinham palavras para agradecer a equipe do Corpo de Bombeiros. “O carinho, a dedicação e a preocupação da equipe nos acalmaram. Não é à toa que o helicóptero se chama Arcanjo, porque dentro dele há verdadeiros anjos”, contou Vanilda.
Agência Brasil