por Redação
Os homens reclamam do excesso de ‘plástico' e, alguns, até juram de pé junto que não gostam. Algumas mulheres, quando comentam o resultado das outras, despejam críticas e venenos. Mas, convenhamos, isso é da boca para fora. Entre as paredes das clínicas de cirurgia plástica de todo país, as moças estão fazendo fila para maximizar os seios com próteses de silicone. E mais… os glúteos, as panturrilhas e até o peitoral e o abdômen (muito comum entre os homens). Apesar de estar cada vez mais popular, a cirurgia para a implantação de silicone não é tão simples como parece, e possui os mesmos riscos de qualquer outra. Portanto, antes de encarar o bisturi, é muito importante saber os benefícios e malefícios do procedimento. E, claro, procurar um bom profissional.
Preferência nacional
O Brasil é um dos campeões em realização de cirurgias plásticas, ao lado dos Estados Unidos. A mamoplastia é a segunda operação estética mais realizada no país, ficando atrás apenas da lipoaspiração. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica revelam que, só em 2006, foram feitas mais de 120.000 cirurgias desta modalidade. E os implantes de silicone para a mama ocupam posição de destaque nesse ranking.
Outra inverdade que escuto muito é que, após 10 anos, é necessário trocar os implantes. Isso não procede, pois, dependendo da prótese, ela pode durar de 20 a 30 anos
"As próteses de mamas, sem dúvida, lideram em relação às de glúteo, panturrilha e abdômen, que surgiram no mercado somente há 10 anos. Mas, somente há cinco, passaram a oferecer bons resultados. Hoje, são excelentes, e o índice de infecção reduziu muito", explica o Dr. Charles Sá, cirurgião plástico da Clínica Performa, em Ipanema, no Rio de Janeiro. O formato da prótese também mudou, garantindo resultados cada vez mais naturais e surpreendentes.
Tecnologia e qualidade
Há mais de três décadas os implantes de silicone para a mama têm sido usados em todo o mundo. As próteses mais antigas eram feitas de silicone gelatinoso e revestidas de silicone liso. Elas podiam apresentar problemas que, muitas vezes, comprometiam o resultado final da operação, sendo o principal deles o risco de rompimento do invólucro e o conseqüente vazamento do material contido em seu interior. Além disso, havia também a possibilidade de o organismo rejeitar o implante.
Acompanhando a crescente demanda, ocorreu uma grande evolução na fabricação desses materiais. E os modelos passaram a ser preenchidos com gel de silicone de alta coesividade e revestidos de poliuretano ou material texturizado. Dessa forma, foi possível isolar eficientemente a matéria-prima e prevenir as rejeições, reduzindo consideravelmente o índice de complicações. Os riscos de vazamento no interior do corpo também foram eliminados graças a um novo sistema de atração de moléculas. Esse mecanismo faz com que o silicone se mantenha coeso e não escape ou se esparrame em caso de ruptura acidental do invólucro.
Apesar de segura, sua colocação é cercada de cuidados para evitar qualquer tipo de problema. "Não podemos esquecer que uma prótese é um corpo estranho ao nosso organismo e, como tal, deve ser submetido a todos os procedimentos que visem eliminar ou, pelo menos, minimizar os riscos de infecção. A intervenção deve ser realizada em centro cirúrgico e a manipulação, feita com assepsia rigorosa", afirma o cirurgião Marcus Vinicius Figueiredo. Ainda assim, segundo o médico, o temor pela rejeição do silicone por parte dos pacientes é grande. "É bom esclarecer que ele é uma substância extremamente estável e bem tolerada pelo organismo humano. São poucos os dados na literatura médica que indicam uma teoria de rejeição ao material", afirma Dr. Marcus Vinicius.
Técnicas de implante
A incisão para colocar a prótese de silicone na mama pode ser feita em volta da aréola, no sulco sob o seio, ou na axila. Cada médico prefere e adota uma técnica. Já a posição do implante depende da constituição física da paciente. Se for numa mulher magrinha e com pouquíssimo peito, a prótese deve ser colocada sob o músculo peitoral para um efeito mais natural – chamada prótese retromuscular.
Segundo os cirurgiões, a retroglandular, prótese implantada logo abaixo da glândula, é uma das mais indicadas para quem tem seios médios ou flácidos. O procedimento consiste em deslocar o tecido mamário do músculo peitoral. Cria-se um espaço abaixo e outro acima do músculo, onde a prótese de silicone é inserida.
Amamentação x silicone
Ao contrário do que a maioria das mulheres pensa, seios com silicone permitem uma amamentação tão saudável quanto aqueles que não passaram pela operação. As gestantes e futuras mamães podem ficar tranqüilas em relação ao implante, porque, em geral, se bem colocado, não interfere significativamente no aleitamento.
De acordo com o cirurgião Marcus Vinicius Figueiredo, como as próteses são colocadas atrás da glândula mamária, suas funções de produção e secreção do leite materno são preservadas. "A única recomendação é, caso a paciente tenha planos de engravidar em um período inferior a um ano da data de colocação das próteses, aguarde para colocá-las quando acabar o ciclo de amamentação. As mamas costumam sofrer grandes alterações de volume nesta fase, podendo resultar em uma possível flacidez", adverte o cirurgião.
Mitos do silicone
Muita polêmica tem surgido desde o início da utilização dos implantes de mama. Após muitas pesquisas científicas, os cirurgiões chegaram a algumas conclusões, como, por exemplo: a prótese de mama não interfere na lactação, não causa doença auto-imune e, muito menos, câncer de mama. Como os implantes ficam por trás das glândulas mamárias, eles também não escondem tumores detectados no exame clínico e nos de imagem. "Outra inverdade que escuto muito é que, após 10 anos, é necessário trocar os implantes. Isso não procede, pois, dependendo da prótese, ela pode durar de 20 a 30 anos. O que se deve fazer é avaliar os seios através dos exames de imagens cinco anos após a cirurgia, atestando a integridade dos mesmos. A troca só deve ser feita se for constatada alguma alteração do implante ou das mamas", revela o cirurgião Charles Sá.
http://www.bolsademulher.com/beleza/turbinadas-1