13/04/2014
Roberta Oliveira e Nathalie Guimarães
Do G1 Zona da Mata
Tatiana dos Santos Bejani no dia em que foi detida (Foto:Roberta Oliveira/G1)
Tatiana dos Santos Bejani, 28 anos, filha do ex-prefeito de Juiz de Fora, Carlos Alberto Bejani, foi encontrada morta na casa onde morava, no Bairro de Lourdes, na região leste da cidade, neste domingo (13). A informação foi confirmada pela irmã por parte de pai, Carla de Oliveira Bejani, no Facebook. De acordo com informações da Polícia Militar (PM), o corpo foi encontrado pelo namorado dela por volta das 17h. A delegacia de plantão da Polícia Civil disse que a primeira informação era que a morte seria por suicídio, mas apenas a perícia vai determinar qual foi a causa. Até as 20h a perícia ainda era aguardada no local.
Em 22 de janeiro, Tatiana dos Santos Bejani foi detida em um salão de beleza no Centro de Juiz de Fora e encaminhada à Penitenciária Ariosvaldo Campos Pires porque havia dois mandados de prisão em aberto contra ela. Na época, segundo denúncias publicadas no jornal O Globo, ela também era suspeita de aplicar golpes de aluguel de casas inexistentes no litoral do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte usando páginas na internet. De acordo com a Polícia Civil, em depoimento ela confessou o golpe e os inquéritos referentes a estes casos foram fechados em fevereiro pela 7ª Delegacia e remetidos à Justiça de Juiz de Fora.
Em audiência e sentença do dia 11 de março, Tatiana dos Santos Bejani foi julgada por um crime de estelionato cometido em 2006, que era o alvo do mandado de prisão. Em um trecho da sentença, foi fixada a "pena base no mínimo legal de um ano e quatro meses de reclusão, mais 14 dias multa, à razão de 1/30 do salário mínimo por cada dia multa. Tendo em vista a confissão da ré, a pena foi reduzida ao mínimo legal, ou seja, um ano de reclusão e 10 dias multa, fixando o valor do dia 1/30 do salário mínimo. Não havendo atenuantes ou agravantes, na terceira fase mantenho a pena aplicada. Desta forma, fixo a pena final e definitiva em um ano de reclusão e 10 dias-multa, fixando o valor do dia 1/30 do salário mínimo. Presentes os requisitos do artigo 44 do Código Penal, a pena privada de liberdade foi substituída por uma restritiva de direito, uma prestação de serviços à comunidade, junto à entidade a ser fixada pelo Juízo de Execução. Tendo em vista a substituição operada, foi concedida à ré o direito de apelar em liberdade e dado o alvará de soltura”.
Desde então, Tatiana estava solta, respondendo em liberdade sobre a suspeita de envolvimento nos demais casos de estelionato aplicados pela internet. No site do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) constam três processos contra ela, dois por estelionato e um por disposição de coisa alheia como própria. O último andamento deles foram expedições de mandados, em datas de março e abril.
No perfil de uma rede social, a advogada Carla Oliveira Bejani lamentou a perda da irmã no início da noite. "Bom, como começar uma coisa assim, mas acho que Deus sabe o que faz. Meus amigos sabem que não tinha contato com minha meia irmã Tatiana dos Santos Bejani, que em vários momentos vim ao Facebook me manifestar sobre as coisas erradas que ela andava fazendo. Mas como cristã, e amor ao próximo, estou sentindo a morte dela hoje. Ela se suicidou, deixou uma menina de 4 anos", publicou a advogada, que chegou a ser confundida por algumas vítimas da irmã por parte de pai. "Infelizmente errou muito na vida, mas quem somos nós para julgarmos. Que ela possa encontrar o amor que nunca alcançou. Vá em paz", diz o texto de Carla Oliveira Bejani.
Ainda não há informações sobre velório nem sobre com quem ficará a filha de Tatiana Bejani.