terça-feira, 8 de outubro de 2013

Enquanto Dilma exaltava as “manifestações” no Programa do Ratinho, o pau comia no Rio e em São Paulo. Estava escrito na estrela

08/10/2013  às 6:41
Tomei uma decisão editorial. Sempre que eu escrever sobre a barbárie promovida por fascistas mascarados, a primeira imagem do meu texto será essa. Sim, é Caetano Veloso. Ele é favorável à censura prévia no caso das biografias, mas contra a repressão aos black blocs. Aos fatos da hora.
Enquanto o pau comia nas ruas em São Paulo e no Rio, Dilma Rousseff concedia uma entrevista a Ratinho. Não há nada de errado com o apresentador. Faz o trabalho dele. A questão é saber se ela faz o dela.
Enquanto a presidente dizia no SBT que “os protestos fazem parte do processo da democracia e da evolução social do Brasil”, os mascarados do Black Bloc faziam isto em São Paulo.

Black blocs destroem e viram carro da PM em SP (Foto: Eduardo Anizelli-Folhapress)
Enquanto a presidente dizia a Ratinho que os protestos “têm um sentido positivo”, os black blocs faziam isto no Rio.

Black blocs incendeiam ônibus no Rio (Foto Marcelo Sayão-EFE)
Enquanto a presidente fazia poesia e garantia que os manifestantes querem “mais garantias de direitos” e “mais democracia”, na capital fluminense, assistia-se a esta beleza:

Agência bancária é depredada no Rio por black blocs (foto: Christophe Simon-AFP)

Bomba incendiária é lançada contra a Assembleia Legislativa do Rio (Foto: Pablo Jacob – Agência O Globo)
Enquanto a presidente interpretava os tais protestos como coisa de gente que quer sempre avançar, os “avançados” faziam coisas como esta:

No Rio, Black blocs acendem coquetel molotov para lançar contra PMs (Foto: Christophe Simon-AFP)

Em SP, os black blocs lançam com estilingue artefato incendiário contra policiais (foto: Fábio Braga-Folhapress)
Então vamos ver
O que você sente, leitor amigo, telespectador amigo, quando repórteres e apresentadores de TV recorrem à expressão “manifestação pacífica”? Não está cansado dessa ladainha, dessa mentira escancarada, dessa pilantragem jornalística? Estão querendo enganar a quem? Nesta segunda, a violência estava inscrita na própria convocação dos atos, desde o começo. Questionei aqui: que sentido fazia marcar um protesto em São Paulo em apoio aos grevistas do Rio?
Era o PSOL, que invadiu a Reitoria da USP, se solidarizando com o PSOL que comanda a absurda greve dos professores no Rio. Tanto lá como cá, contava-se com a colaboração dos black blocs, não é? No Rio, como num desfile de escola de samba, criou-se uma comissão de frente, com jovens e uma criança, batizada de “Tropa de Prof”. Parte da imprensa carioca delirou, achou lindo, achou demais, fez poesia, babou de satisfação. Às vezes, tenho a impressão de que há mais black blocs nas redações do que nas ruas. Vejam a foto.

Comissão da Frente da Escola Unidos do Reacionarismo, que fez delirar parte da imprensa carioca (Foto: Christophe Simon-AFP)
Logo atrás, vinha uma outra ala, a dos… black blocs propriamente. E, como é de seu feitio, mandavam a polícia se f…r.

Black blocs estavam na manifestação dos professores desde o começo: eram uma ala do desfile (Foto: Cristophe Simon-AFP)
Respondam, senhores apresentadores de TV.
Respondam, senhores jornalistas de TV.
Respondam, senhores editores de TV.
Respondam, senhores diretores de jornalismo de TV.
Quem, planejando uma “manifestação pacífica”, aceita a colaboração dos black blocs já na própria organização do suposto ato de protesto?
O chato é que a condescendência com a violência e com a desordem não muda o espírito dos que odeiam a imprensa livre e o jornalismo, como se vê na foto abaixo.

Black blocs e professores fundidos num grupo só: hostilidade injustificada à TV Globo
Embora a Globo faça uma cobertura dos eventos de rua que, para ser ameno, é “amigável” com os protestos, os trogloditas continuam a satanizá-la. Se, amanhã, num ato de delírio extremo, a emissora passasse a tratar os black blocs como heróis, eles a acusariam de tentativa de cooptação. Não existem nem amenidade nem adesão o bastante para a fome do gigante.
País estúpido
Leiam este trecho em azul.
A grande mentira é esta: as manifestações nunca foram pacíficas, desde o início. Depois que se decretou que a “culpa é da polícia” e que a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, debaixo de uma artilharia como nunca se viu, foi obrigada a declarar qualquer área da capital território livre para as manifestações — “sem repressão” —, estava, para lembrar imagem que usei aqui, aberta a Caixa de Pandora. Como no mito, só a esperança ficou grudada ao fundo. Os males do mundo escaparam todos.
Mais: teve início outra tese ridícula — a da “maioria pacífica”, uma espécie, como direi?, tautologia conceitual. Quando a maioria não é pacífica, o que se tem é revolução. Aliás, também as revoluções são feitas por minorias. A questão é saber se elas são ou não usadas como instrumento de luta. Ou foram os “pacíficos” que empurraram os governadores e prefeitos contra a parede?
(…)
O governo federal está recuperando a ofensiva no terreno político, e não há muito o que a oposição possa fazer. Com as pessoas comuns um pouco assustadas e de volta a seus lares, sobraram nas ruas a turma da porradaria e os radicais de esquerda, que já se mobilizam para dirigir de modo mais claro os ataques contra a imprensa — a mesma que incensou o movimento. E desqualifico, mais uma vez, uma mentira estúpida: o jornalismo não entrou nessa “para derrubar Dilma”, não! Entrou porque não resiste a qualquer coisa que tenha cheiro de povo.
(…)
Vá lá na Suécia e diga que tudo vale a pena se a disposição não é pequena para ver o que acontece. Lembram-se do furacão Katrina, nos EUA? As vítimas foram mandadas para escolas e alojamentos. Todos estavam unidos na tragédia, não é? Os idealistas esperavam solidariedade, a ajuda mútua etc. As Forças Armadas americanas estavam lá. Mesmo assim, começaram a se multiplicar os casos de estupro, e as autoridades alertaram: “Protejam-se; não temos como evitar esses atos”.
“Ah, então o povo, deixado por sua própria conta…” Sim, é isso mesmo! É por isso que existem governos e pactos sociais. O estado não precisa ser o Leviatã, não! Mas precisa ter legitimadas as suas forças de contenção. Ou é a guerra de todos contra todos. Uma coisa é criticar os maus policiais; outra, como se fez, é deslegitimar as polícias. É visível que as PMs do Brasil inteiro estão com medo de agir. Os policiais temem parar atrás das grades por cumprir sua função.
Se a amiga da presidente Dilma, a tal Rosa Maria, da Comissão da Verdade, elege as PMs como inimigas do povo e dos direitos humanos, então está declarado o vale-tudo. Vale-tudo que setores da imprensa pediram e aplaudiram. E agora? Agora são as próximas vítimas.
Retomo
Este é trecho de um post que escrevi aqui no dia 27 de junho de 2013, há mais de três meses. Quem se orienta segundo princípios inegociáveis não precisa esperar o desenrolar os fatos para dizer “não” ao que merece “não”. E eu digo “não” à violência que é dirigida contra as balizas do regime democrático.
VOCÊS SABEM QUE JAMAIS ME DEIXEI LEVAR PELO CANTO DA SEREIA, NÃO É? APANHEI MUITO POR ISSO, INCLUSIVE DE ALGUNS LEITORES HABITUAIS DO BLOG.
“É necessário ficar lembrando o que você escreveu?” É, sim! Não é sem um custo razoável que se afirmam certas coisas, na contramão, na contracorrente, quando há quase uma unanimidade em sentido contrário. É preciso ter memória.
Volto a Dilma
Na entrevista ao Ratinho, Dilma afirmou que, sem as manifestações, talvez o governo não tivesse conseguido aprovar os 75% dos royalties do pré-sal para a educação e 25% para a saúde e criar o programa “Mais Médicos”. Num caso, conta-se com o ovo na barriga da galinha. No outro, como é sabido, o programa já estava em curso e nada tinha a ver com a saúde dos brasucas, e sim com os cofres de Cuba. Isso é o de menos. O que importa é que o governo se desvinculou dos protestos, como antevi que aconteceria ainda em junho, e largou a barbárie para ser resolvida pelas Polícias Militares, que, prudentemente, cansaram de ser vítimas das milícias politicamente corretas das redações.
Se setores da imprensa, a exemplo de Caetano Veloso, acham que os black blocs “fazem parte”, por que seriam os homens de farda a dizer que não? Eles, convenham, pertencem àquele grupo que detém o monopólio do uso legítimo da força. Se os “companheiros” da imprensa acham que esse monopólio foi transferido para os outros fardados, os mascarados, não há muito o que os policiais, que são apenas o povo de farda, possam fazer. Os respectivos comandos das PMs deveriam mandar seus homens saírem às ruas distribuindo rosas & poesias.
Texto publicado originalmente às 5h05
Por Reinaldo Azevedo
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/enquanto-dilma-exaltava-as-manifestacoes-no-programa-do-ratinho-o-pau-comia-no-rio-e-em-sao-paulo-estava-escrito-na-estrela/

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Esquema Ponzi ou Pirâmide de Ponzi

Esquema Ponzi
Origem: Wikipdia, a enciclopédia livre.
Foto de 1920 de Charles Ponzi.

Um esquema Ponzi é uma sofisticada operação fraudulenta de investimento do tipo esquema em pirâmide que envolve o pagamento de rendimentos anormalmente altos ("lucros") aos investidores, às custas do dinheiro pago pelos investidores que chegarem posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real. O nome do esquema refere-se ao criminoso financeiro ítalo-americano Charles Ponzi (ou Carlo Ponzi).

Embora sistemas semelhantes a este já existissem anteriormente, o nome deste esquema é devido ao ítalo-americano Charles Ponzi, autor de uma gigantesca fraude na década de 1920, a qual conseguiu ter maiores repercussões do que outras fraudes anteriores.

Charles Ponzi era um emigrante italiano, que se crê ter chegado aos Estados Unidos na década de 1910. De muito baixos recursos, como a maior parte dos emigrantes que chegavam a esse país, "descobriu" pouco tempo depois da chegada e graças a correspondência que recebeu de Espanha que os selos de resposta de correio internacional se podiam vender nos Estados Unidos mais caros que no estrangeiro pelo que este tipo de negócio acabaria por produzir lucros. Assim começou o rumor e muitas pessoas não quiseram ficar fora do negócio e entregaram capitais a Ponzi.

Mas embora Ponzi estivesse a recolher somas astronômicas de dinheiro, e houvesse filas para lhe entregar mais, na realidade não comprou selos. Pagava rendimentos de até 100% em três meses, com o capital dos sucessivos novos investidores.

Ponzi convenceu amigos e parceiros do novo negócio a apoiarem o seu sistema no início, oferecendo um retorno de 50% num investimento a 45 dias. Algumas pessoas investiram e obtiveram o prometido no intervalo temporal combinado. O esquema alargou-se, e Ponzi contratou agentes, pagando generosas comissões por cada dólar que pudessem trazer. Em Fevereiro de 1920, Ponzi obteve cerca de 5000 dólares americanos, uma grande quantia nesse tempo.

Em Março já tinha 30 mil dólares. A histeria colectiva cresceu e Ponzi começou a expandir-se para a Nova Inglaterra e Nova Jersey. Os que investiam obtinham grandes benefícios e estes motivavam outros a investir.

Já em maio de 1920 tinha conseguido recolher 420 mil dólares. Ponzi começou a depositar o seu dinheiro no Hanover Trust Bank of Boston (um pequeno banco ítalo-americano na rua Hanôver, a norte do bairro italiano), esperando que depois se pudesse converter no presidente do banco ou pudesse impor as suas decisões. Na realidade conseguiu controlar o banco ao comprar as suas acções.

Em julho de 1920 já tinha milhões de dólares. Muitas pessoas venderam ou hipotecaram as suas casas com a esperança de ganhar quantias muito grandes. No dia 26 de julho grande parte do esquema começou a colapsar depois de o Boston Post questionar as práticas da empresa de Ponzi. Finalmente a empresa sofreu intervenção pelo Estado que congelou todas as novas captações de dinheiro. Muitos dos investidores reclamaram furiosamente o seu dinheiro, e nesse momento Ponzi devolveu o capital a quem o solicitou, o que causou um aumento considerável da sua popularidade, havendo muitos que lhe pediam para se candidatar a um cargo político público. As promessas de Ponzi cresceram ainda mais já que planejava criar um novo tipo de banco, no qual os lucros se repartissem de igual modo entre os acionistas e aqueles que investissem dinheiro no banco. Até planejou reabrir a sua empresa sob o nome "Charles Ponzi Company", cujo principal objectivo era o de investir em empresas em todo o mundo.

Graças ao seu esquema Ponzi começou a viver uma vida cheia de luxos: comprou uma mansão com ar condicionado e um aquecedor para a sua piscina, e trouxe a sua mãe de Itália em primeira classe. Rapidamente este emigrante de baixos recursos obteve não só uma grande quantidade de dinheiro como se rodeou dos luxos mais extravagantes para a sua família e para si mesmo.

Em Agosto de 1920 os bancos e meios de comunicação declararam Ponzi em bancarrota. Este confessou que em 1908 tinha sido participante de uma fraude muito parecida no Canadá, que oferecia aos investidores grandes rendimentos.

O governo federal dos Estados Unidos interveio finalmente descobrindo a mega fraude, e Ponzi foi detido mas teve que ser liberto pois pagou a fiança. Decidiu continuar com o seu sistema, convencido que o poderia sustentar. Rapidamente o sistema caiu e os aforistas (poupadores) perderam o seu dinheiro. A maior parte das pessoas não obteve benefícios, e muitos dos quais reinvestiram o seu dinheiro na fraude. Ponzi, embora tenha sido enviado de volta para Itália e apesar de se descobrir a fraude, foi aclamado por muitos como um beneficente.

Características
Os esquemas Ponzi oferecem aos investidores grandes juros num curto período, e o sistema pode funcionar apenas a curto prazo, tudo dependendo da quantidade de novos investidores que integrem o negócio.

O sistema Ponzi degenera sempre em bancarrota, já que a maioria esmagadora dos investidores perde todo o seu dinheiro. 

As características típicas da propaganda para recrutar novos investidores são:
Promessa de altos rendimentos a curto prazo.
Obtenção de rendimentos financeiros que não estão bem documentados.
Dirigido a um público não financeiramente esclarecido.
Um único promotor ou uma única empresa.
Falta de Produto a ser consumido ou então um produto que é vendido a um preço muito maior que o preço de mercado. Porém a venda do produto é algo secundário, já que o mais importante é recrutar novas pessoas.
Movimentação apenas de dinheiro.
Nenhum vinculo com Leis Trabalhistas e de Arrecadação de Impostos Federais. Em geral, os participantes acabam "pagando para trabalhar".

Torna-se evidente que o risco de investimento nas operações que fazem uso desta prática é elevadíssimo.

Em muitos países, esta prática é um crime.

Autores de esquemas fraudulentos famosos
Estados Unidos da América, década de 1920 - Charles Ponzi oferecia investimentos de curto prazo com rendimentos elevados convencendo os investidores de que era possível lucrar em transações internacionais que envolviam selos e cupons-resposta dos Correios americanos, um negócio que nunca foi realizado por Ponzi. Apesar disso os depósitos saltaram de US$ 5000,00 em fevereiro de 1920 para mais de US$ 1.000.000,00 em julho de 1920 quando o esquema em pirâmide foi combatido pelo governo dos Estados Unidos. Charles Ponzi chegou a ser preso mas foi solto sob fiança pouco tempo depois e foi residir na cidade do Rio de Janeiro, onde morreu em 1949 como indigente.

 Esquemas em pirâmide no sistema financeiro que oferecem juros altos no curto prazo passaram a ser denominados como "Esquema Ponzi" devido a esse esquema fraudulento.

Portugal, década de 1980 - Maria Branca dos Santos, apelidada de "Dona Branca", criou uma organização de empréstimos e investimentos ilegais que funcionava através de um esquema em pirâmide. As atividades iniciaram no final dos anos 70 e ganharam força no início dos 1980 levantando 17,5 bilhões de escudos, o que equivalia a US$ 130 milhões na época. Em 1984 o esquema foi desmantelado pelas autoridades portuguesas que reconheceram o esquema como uma das maiores fraudes financeiras do país. Maria Branca dos Santos foi acusada e, aos 76 anos, condenada a dez anos de prisão.4 Dona Branca faleceu em 1992 aos 80 anos após ser libertada por problemas de saúde.

Estados Unidos da América, década de 2000 - o financista Bernard Madoff oferecia um fundo de investimento com juros mensais de 1% no mercado norte-americano através de um esquema em pirâmide do tipo Ponzi. Apesar da taxa de juros de mensais de 1% não serem totalmente absurdas, elas eram muito altas para os padrões da economia norte-americana (da ordem de 1% ao ano) e só foram possíveis através dos depósitos de novos investidores.

A partir da crise financeira mundial de 2007 os investidores dos fundos de Madoff foram surpreendidos ao não conseguirem resgatar seus depósitos, um esquema de fraude estimado em US$ 65 bilhões. Em 2008, Bernard Madoff, então com 71 anos, foi acusado e condenado a 150 anos de prisão.

Romênia, 1992-4: o esquema Caritas, fundado pelo empresário Ioan Stoica, atinge entre um décimo e um terço da população da Romênia. Coincidindo com a transição para o capitalismo, o esquema aproveitou-se das novas perspectivas abertas pela manipulação do dinheiro no país. Prometia o valor investido multiplicado por oito vezes, depois de uma janela de apenas três meses.

Seca e miséria nas cidades do Norte de Minas Gerais

07/10/2013 
A corrupção mata de sede o Norte de Minas, afirmou este jornal na edição deste domingo. Auditoria do Tribunal de Contas da União mostrou que mais da metade das famílias mais pobres nessa região semiárida não tem acesso à água potável. Não deveria ser assim. O governo federal destinou muito dinheiro ao programa Brasil sem Miséria, gerenciado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), para ajudar famílias com renda per capita de até 70 reais por mês.

Se o dinheiro tivesse sido bem aplicado, teriam sido construídas cisternas para captação de água da chuva, e o problema na região seria menos grave do que atualmente, quando mais de 74% dos animais estão ameaçados de morrer por falta de água. Há três semanas, a Polícia Federal verificou que toda a verba destinada para tal finalidade no Norte de Minas havia sido desviada por uma quadrilha formada por criminosos de colarinho-branco.

No dia 9 de setembro último, 22 pessoas foram presas pela PF, suspeitas de desviarem em cinco anos R$ 400 milhões em dez estados – com destaque, porém, para o Norte de Minas. Entre os suspeitos, o ex-diretor do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), Walter Antônio Adão, e o presidente do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), Deivson Oliveira Vidal. Também prefeituras estariam envolvidas no esquema, como as de Januária, São João da Ponte, Coração de Jesus e Taiobeiras.

Essa foi mais uma, numa sucessão de operações policiais visando punir corruptos no Norte de Minas. Dois meses antes, na Operação Violência Invisível, que apurava fraudes em licitações públicas, foram apontadas outras prefeituras envolvidas no crime: Janaúba, Montes Claros e Pirapora.

O problema é que os culpados quase nunca são punidos, o dinheiro desviado raramente é devolvido e a fome e a sede no Norte de Minas continuam. Para piorar, o dinheiro não alcançado pela corrupção não chega a seu destino por questões burocráticas, como mostrou também a reportagem deste domingo.

Neste mês, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) iniciou mais uma operação de envio de arroz beneficiado do Programa de Ajuda Humanitária Internacional. Serão embarcadas 438 toneladas do grão para a Etiópia e 470 para Honduras. Mas a Conab não consegue entregar a produtores do Norte de Minas, na época necessária, o milho que eles compraram da estatal. Sem o alimento, o gado morre ou a produtividade despenca.

Como a polícia desvendou a trama de mentiras e suborno criada pelos PMs acusados de matar Amarildo

06/10/2013  - Rio de Janeiro
Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Rio: reconstituição do caso Amarildo, na favela da Rocinha (Gabriel de Paiva/Agência O Globo)

No Brasil, um dos motivos para a decretação da prisão preventiva de alguém é o fato de algum dos investigados tentar interferir, de alguma maneira, na apuração da verdade. No fim da tarde da última sexta-feira, quando a juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro decretou a prisão dos dez policiais militares suspeitos do desaparecimento e morte do pedreiro Amarildo de Souza, de 47 anos, a Justiça agiu para manter a normalidade no curso do processo. 

O pedido feito pela Divisão de Homicídios (DH) e endossado pelo Ministério Público ocorreu pelo fato de o major Edson Santos e seu grupo, que controlavam com mãos de ferro a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, terem usado de todo tipo de artifício para tentar atrapalhar a apuração dos investigadores, forjando conversas telefônicas, distribuindo dinheiro para testemunhas e, o pior, coagindo quando preciso. Uma dessas tentativas de intimidação ocorreu na tarde de 18 de setembro, quando dois agentes do Serviço Reservado (P2) da UPP foram até o trabalho de uma das principais testemunhas do caso para cobrar explicações pelo fato de ela ter mudado suas declarações dadas anteriores. Em resumo, a testemunha antes dizia que o tráfico era culpado pela morte de Amarildo, mas foi à polícia para rever seu depoimento e atribuir o crime a PMs.

O enredo de mentiras que tentou embaralhar o caso Amarildo se inicia ainda antes da DH assumir a investigação. O primeiro passo para montar a farsa foi dado na tarde do dia 16, quando os policiais da UPP encontram na localidade do Terreirão, no alto da Rocinha, um aparelho de telefone celular abandonado. No dia seguinte, o major Edson telefonou para o soldado Avelar. O jovem policial desempenhara papel importante na 'Operação Paz Armada', que resultara na prisão de 33 pessoas um dia antes do desaparecimento de Amarildo. 

Durante quatro meses, Avelar fez um trabalho de infiltração, passando-se por um policial corrupto que aceitava propinas pagas pelo tráfico. Tudo teatro. Mas, nesses encontros, Avelar passou a ter contato direto com o traficante Thiago da Silva Mendes Neris, conhecido como Catatau. Na ligação efetuada no dia 17, Edson queria saber de Avelar o número do telefone usado por ele para conversar com os traficantes durante o período de disfarce.

Às 11h16 do dia seguinte, 18 de julho, Avelar recebeu um telefonema ameaçador. Imediatamente procurou a 15ªDP (Gávea), responsável pela 'Paz Armada', para fazer um registro da ameaça. E declarou que a ligação teria partido do traficante Catatau. Na conversa, o suposto Catatau teria o xingado e dito que já havia "tombado o Boi" (apelido de Amarildo) e colocado a culpa em Avelar. Num primeiro depoimento à DH, o próprio Avelar disse ter reconhecido a voz de Catatau. Mas a perícia feita pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) comprovou que a voz não era do criminoso. "A voz não é dele. Tudo aquilo foi uma encenação, uma mentira", afirma o diretor da DH, delegado Rivaldo Barbosa. O telefonema chegou a ser divulgado como indício de que o tráfico tinha interesse e falava em eliminar Amarildo.

Outra informação descoberta pela Polícia Civil para desmontar o telefonema indica que, no momento da ligação ameaçadora, o usuário do aparelho estava no bairro de Higienópolis, na Zona Norte da cidade, ou seja, bem longe da Rocinha. Coincidência ou não, dois soldados da UPP que fizeram a abordagem de Amarildo - Douglas Vital, o Cara de Macaco, e Marlon Campos Reis - estavam na região de Higienópolis no período próximo ao da ligação feita para Avelar, segundo a quebra de sigilo de seus telefones.

Em sua denúncia contra os policiais da UPP, o promotor Homero das Neves afirmou que os dez PMs "inovaram artificiosamente, em processo criminal, estado de lugar, de coisa e pessoa, de modo a induzir em erro as autoridades policiais e judiciais (...)."

As tentativas de encobrir a realidade, de fato, prosseguiram. Em 9 de agosto, Edson prestou depoimento na DH e apresentou, junto às suas declarações, um termo prestado por uma moradora da Rocinha, Lucia Helena da Silva Batista, junto à promotoria da Auditoria Militar. Nele, a mulher informava que havia sido expulsa da favela da Rocinha pelo traficante conhecido como Catatau, num recado ameaçador, dizendo que faria com ele "o mesmo que havia feito com Amarildo". Ainda neste depoimento levado pelo major Edson, a mulher contou ser mãe de um adolescente que estava internado no Hospital Miguel Couto, na Gávea, sob escolta da UPP, após ser baleado num confronto.

Esse era o primeiro depoimento de Lucia, que dizia ter ouvido uma conversa em que dois traficantes comentavam que haviam matado Amarildo e que, após relatar o diálogo a policiais que faziam a custódia de seu filho, foi levada ao MP Militar. Naquele mesmo dia, a DH intimou Lucia para depor. E começaram, então, as contradições. A tal conversa em que bandidos comentavam a morte de Amarildo teria, segundo ela, sido travada entre os traficantes conhecidos pelos apelidos de Titica e Azar. Uma farsa mal combinada. Afinal, como poderiam comentar sobre a morte de Amarildo, ocorrida na noite do dia 14 de julho, se ambos haviam sido presos na manhã do dia 13, véspera do crime, quando a Operação Paz Armada foi deflagrada?

As incongruências indicaram que os investigadores deveriam monitorar mais de perto os passos de Lucia. E assim foi feito, com o pedido de quebra de sigilo de seu telefone. A interceptação telefônica autorizada pela Justiça revelou logo o fio da meada: a moradora estava sendo orientada e até corrompida pelos policiais da UPP a mando do major Edson. Numa das ligações, descobriu-se que Lucia tivera uma casa alugada fora da Rocinha, na Favela do Jordão, em Jacarepaguá, pelos PMs. Ela também havia recebido dinheiro de dois soldados conhecidos pelos nomes de Newland e Bruno. Sempre a mando do major.

As conversas flagraram ainda outro filho de Lucia reclamando e tentando entender os motivos de a mãe ter inventado a história de que havia sido expulsa da favela pelo traficante Catatau. A Polícia Civil conseguiu estabelecer a relação entre o filho adolescente de Lucia e os mesmos policiais de confiança do major Edson, Newland e Bruno, do setor de inteligência da UPP Rocinha. Ambos deverão ser investigados pela Corregedoria da PM por fraude processual. O contato direto com Edson também ficou evidenciado numa mensagem de texto em que o adolescente pede "dinheiro para comprar fraldas" para seu filho.

O zelo da equipe do major com o rapaz era tanto que, no dia em que ele recebeu alta do Hospital Miguel Couto, determinou que policiais o levassem para a casa do pai, em Angra dos Reis. A versão de Lucia e do filho adolescente durou até a noite do dia 12 de setembro, quando procuraram a 15ª DP (Gávea) para registrar o desaparecimento de outro filho que teria ido ao Morro do Cajueiro, em Madureira, buscar uma carga de maconha e nunca mais foi visto. De lá, mãe e filho foram levados para a DH, onde contaram o que a polícia já sabia: que o major Edson estava ajudando sua família financeiramente para que mantivesse a versão sobre a morte de Amarildo. Durante mais de duas horas, Lucia Helena desabafou e entregou a verdade. Contou a pressão que sofria, os presentes e as quantias de dinheiro que recebera, e ainda acusou um policial de nome Peter de ter-lhe dado 150 reais. O inspetor era o responsável pelas investigações da Operação Paz Armada. Todas as informações colhidas pela DH foram enviadas para a Corregedoria da Polícia Civil, que instaurou sindicância contra o agente.

Quando Lucia e o filho resolveram falar na DH e a história apareceu na imprensa, o major Edson se desesperou. Tenso, passou a cometer erros sucessivos. No dia 18, seis dias após o depoimento desmentindo a primeira versão, Lucia Helena recebeu um telefonema do soldado Newland. Eram 10h31 da manhã e o policial queria encontrá-la para "esclarecer algumas coisas". Ela estava no Shopping Via Parque, na Barra da Tijuca, onde trabalhava no serviço de limpeza, e avisou que não poderia encontrá-lo. Cinco horas mais tarde, às 15h40, Newland ligou novamente avisando que já estava no shopping. Lucia ficou nervosa e pediu que ele falasse o que queria pelo telefone. Newland foi direto: queria falar sobre o depoimento que ela mudou. Lucia desligou e não o atendeu mais.

Estava clara a intimidação da testemunha. A DH informou à 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) imediatamente, pedindo que eles intimassem o soldado Newland. Este foi chamado e se apresentou na unidade com o sargento Lacerda, também lotado no setor de inteligência da UPP. De lá, o major Fabio, da Corregedoria, decidiu encaminhar a dupla para a DH. Lá, os dois admitiram ter ido ao encontro de Lucia para "verificar os motivos de ela ter mudado o depoimento". Os policiais, no entanto, disseram que estavam de folga e não usaram veículos oficiais para tal missão. Para a Justiça, as ameaças estavam consolidadas. Mãe e filho foram incluídos no Programa Nacional de Testemunha e deixaram o Rio de Janeiro.

Comprimido do “Superman” é apreendido com traficantes de festas rave na Grande Curitiba

7 de outubro de 2013
Da Redação
Foto: Antônio Nascimento – Banda B

Uma dupla de traficantes foi presa na noite da última sexta-feira (4) com 2.700 comprimidos de ecstasy e dois quilos de maconha, que provavelmente seriam revendidos em festas rave do bairro Portão, em Curitiba. De acordo com o delegado Guilherme Rangel, somente a droga sintética, uma com a marca do Superman e outra com marca da Rainha, vale cerca de R$ 135 mil.

Segundo Rangel, o Peugeot 307 utilizado pelos marginais também foi apreendido. “Eles foram abordados no carro e alguns comprimidos foram encontrados. Então os policiais fizeram buscas nas casas dos traficantes e encontraram o restante do ecstasy e a maconha na casa de Alan. “Eles irão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico”, contou.

Alan Henrique da Silva, 29 anos, e Fernando Michel Corbani e Silva, 25 anos, foram capturados por policiais civis do Núcleo de Curitiba da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), que é comandada pelo delegado Alan Flore.

Rangel explicou que o ecstasy é uma droga sintética que causa excitação. “Uma das características apresentadas por quem consome ecstasy é a elevação da temperatura corporal até 42º C. Por isso, quem consome essa droga acaba tendo que beber muita água para reduzir esse efeito. Em alguns casos o usuário pode até morrer consumindo ecstasy”, concluiu o delegado.

SP: manifestantes colocam fogo em carro; explosão deixa 3 feridos

07/10/2013
Pelo menos três pessoas ficaram feridas após uma explosão em um protesto no bairro do Morumbi, região nobre de São Paulo, na manhã desta segunda-feira. O incidente ocorreu após um grupo, com aproximadamente 150 manifestantes que pediam moradia, bloquear a rua Doutor Luiz Migliano. Por volta das 7h, os manifestantes colocaram fogo em barricadas na altura da avenida Marechal Juarez Távora e, minutos depois, um automóvel foi atirado junto às chamas.

De acordo com o assistente social Fábio Rodrigues, representante dos moradores, o carro estava abandonado e era de um dos manifestantes. “Nós estamos em três comunidades e não tem como controlar todo mundo. Pelo que ficamos sabendo, esse carro é de um dos manifestantes, que perdeu tudo no incêndio que atingiu a comunidade da Vila Praia em 2010. O carro não tinha gasolina, mas acho que o que provocou a explosão foi o cilindro de GNV”, falou.

Fábio, que também era morador da favela Vila Praia, disse ao Terra que, entre os feridos, dois estavam em situação mais delicada. Eles foram encaminhados pelos próprios moradores ao Hospital Geral do Campo Limpo. 
Não há informações sobre o estado de saúde da vítimas.
Manifestantes bloqueiam rua na região do Morumbi, em São Paulo

Poucos instantes antes da explosão, o fotógrafo Bruno Santos, do Terra, registrou um manifestante com um galão com gasolina que, mais tarde, foi lançado na barricada incendiada, no mesmo local da explosão.

Enquanto membros do grupo se preparavam para virar uma caçamba de entulho, ocorreu uma explosão no local onde estava o galão e o carro.

Um galão com gasolina pode ter provocado a explosão no local
Protesto por moradia
O principal motivo da manifestação, de acordo com Fábio Rodrigues, é a insatisfação do grupo que aguarda o pagamento de parcelas atrasadas do auxílio-aluguel, fornecido pela prefeitura. Moradores que perderam tudo em incêndios nas comunidades Vila Praia, Olaria e da Viela da Paz protestam contra o auxílio de R$ 400 que, segundo eles, estaria defasado.

“O incêndio aqui na Vila Praia ocorreu no dia 1º de junho de 2010. No dia 20 de julho daquele ano a gente fez a primeira manifestação, porque muita gente perdeu tudo. Em agosto, passamos a receber R$ 300 reais de auxílio e esse valor foi aumentado para R$ 400 em 2011. Queremos que a prefeitura pague as parcelas atrasadas e aumente esse valor, que não e condizente com o mercado atual, principalmente aqui na região do Portal do Morumbi”, disse Rodrigues.

Atualmente morando no Jardim das Palmas, na região do protesto, o morador alega que muitos dos manifestantes precisam continuar na região por causa do emprego e das creches dos filhos.

‘Não vamos sair sem uma resposta’

Moradores alegam que foram “abandonados” pela prefeitura, que nunca marcou uma reunião para planejar uma recolocação das famílias prejudicadas pelo incêndio. Em um acordo firmado ainda em 2010, moradores da favela Vila Praia se comprometeram a não reocupar o terreno da comunidade, desde que a prefeitura pagasse o auxílio aluguel.

O grupo promete ocupar a via até que um representante da prefeitura seja enviado para negociar o pagamento das parcelas atrasadas. Viaturas da Polícia Militar foram enviadas para o local, mas não há registros de confrontos.

Policiais Civis de Porto Velho e Rolim prendem quadrilha dentro de banco

7 de outubro de 2013 
POLICIAIS CIVIS DE PORTO VELHO E ROLIM PRENDEM QUADRILHA DENTRO DE BANCO
Seis homens foram presos dentro de uma agência bancária em Rolim de Moura, acusados de roubo. A Polícia acredita que eles são responsáveis por assaltos em Porto Velho e Humaitá (AM). Vadson Gonçalves Peixoto, 25 anos; Rozeno Filho Gonçalves Lima, 23 anos; José Junho Torres Brito, 34 anos; Francisco das Chagas Costa das Neves, 31 anos e Cícero Antônio da Silva Pinto, 33 anos, além de um menor foram recambiados para a Capital. Todos são portovelhenses.

A prisão dos acusados aconteceu após intenso trabalho investigativo da Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio de Porto Velho e policiais civis de Rolim de Moura. A quadrilha estava sendo monitorada. No sábado os policiais seguiram os suspeitos desde Porto Velho até Rolim, onde pretendiam cometer o crime. Já dentro da agência, eles já haviam desligado o sistema de alarmes e estavam com maçaricos. A quadrilha foi presa com dois veículos, um Fiat Siena prata e um Fiat Stilo vermelho. (Foto Alerta Rolim).

Fonte: RONDONIAGORA
Autor: RONDONIAGORA

À espera do Black Sabbath no Brasil/Relembre as passagens da banda e de Ozzy Osbourne pelo RS

07/10/2013 
Ozzy Osbourne se apresentou em Porto Alegre em março de 2011

Crédito: Bruno Alencastro / CP Memória 

Fãs aguardam ansiosamente a chegada do Black Sabbath ao Brasil nesta semana. A banda desembarca em Porto Alegre para um show nesta quarta-feira, que abrirá a passagem pelo País. Os músicos ainda subirão ao palco em São Paulo, no dia 11; Rio de Janeiro, dia 13; e Belo Horizonte, no dia 15 de outubro.

A apresentação promete ser épica, já que o grupo está em turnê com a formação quase original: Ozzy Osbourne (vocais), Tony Iommi (guitarra), e Geezer Butler (baixo). A exceção é a ausência do baterista Bill Ward, substituído por Tommy Cufletos.

Os britânicos trarão ao público brasileiro a turnê mundial “Reunion”, com um repertório de clássicos e canções do mais recente álbum de estúdio “13” (2013), o primeiro de inéditas com o Príncipe das Trevas nos microfones desde "Never Say Die” (1978).

A nova turnê mundial do Sabbath começou em 21 de abril, na Nova Zelândia, de onde seguiu para Austrália e Japão. Entre julho e setembro, a banda percorreu os Estados Unidos e Canadá, antes de desembarcar na América do Sul, onde os músicos já se apresentaram no Chile e na Argentina.

Formada na periferia de Birmingham, na Inglaterra, em 1968, a banda mudou de formação ao longo das décadas, mas segue como uma das mais influentes da história do rock. O trabalho de estreia intitulado “Black Sabbath” foi lançado em 1970. Oito anos depois, o disco “Never Say Die!” (1978) chegou ao mercado para marcar a saída do vocalista. O reencontro só ocorreria mais de três décadas depois.

Porto Alegre já recebeu Sabbath e Ozzy em momentos diferentes
Black Sabbath e Ozzy Osbourne já estiveram em terras brasileiras, mas separados e em ocasiões bem diferentes. A primeira vez foi em 1985 – quando o Príncipe das Trevas, já em carreira solo, foi uma das principais atrações do Rock in Rio daquele ano. Com o recém-lançado álbum “Bark at the Moon”, o britânico até vestiu uma camisa do Flamengo, atirada no palco.

Após um encontro entre Ronnie James Dios, que assumiu os vocais da banda, e o baixista Geezer Butler em 1991, o Sabbath voltou a gravar um álbum com a mesma formação do disco "Mob Rules" (1981). Do trabalho, surgiu uma turnê, com quatro shows no Brasil: um em São Paulo, dois no Rio de Janeiro e um em Porto Alegre.

Na Capital gaúcha, a banda se apresentou em 1992, com Ronnie James Dio nos vocais. Era a excursão do disco “Dehumanizer”. O show foi em 1º de julho no Ginásio Gigantinho. O repertório contou com músicas clássicas como War Pigs e Iron Man, que devem ser repetidas na nova turnê (abaixo, o setlist do show).

Já o líder do grupo se apresentou sozinho em Porto Alegre em 30 de março de 2011, também no palco do Ginásio Gigantinho, como parte da turnê “Scream”. Os fãs do Sabbath, no entanto, não puderam reclamar: Ozzy Osbourne apresentou cinco músicas do quarteto, entre elas as já mencionadas “War Pigs”, “Iron Man” e um dos maiores sucessos, “Paranoid”, no fechamento do show.

Além disso, o roqueiro britânico protagonizou uma cena inusitada: recebeu uma bandeira do Grêmio e não hesitou em se enrolar nela. A gafe foi recebida com aplausos de uns e repúdio de outros, afinal o ginásio pertence ao Sport Club Internacional. O show contou também com Cuffletos, que será o baterista do Sabbath na quarta-feira.

Formação quase original da banda provoca ansiedade nos fãs
Mais do que apresentar um novo trabalho de estúdio após anos separados, a reunião da formação quase original do Sabbath é o que provoca a maior ansiedade entre os fãs – já que há pouco tempo um reencontro do quarteto em uma turnê mundial era algo quase impossível de acontecer. “A formação original certamente é a fase mais importante, mas eu gosto muito da fase do mestre Ronnie James Dio. E gosto muito da carreira solo do Ozzy”, contou o técnico em Mecatrônica, Marcus Vinicius Rodrigues, de 32 anos.

O gaúcho vai ver os ídolos pela primeira vez nesta quarta-feira. “Eu e um amigo achamos muito salgado o valor na época do show do Ozzy, aí decidi não comprar. Fiquei lá na frente escutando do lado de fora e extremamente arrependido do que fiz”, recordou. “Agora eu garanti o ingresso logo no início das vendas para não ter que reviver a mesma experiência de 2011”, revelou.

A opinião é compartilhada pelo empresário Almir Figueiredo, de 53 anos, morador de São Vicente, no interior de São Paulo, mas que esteve em três shows do Ozzy Osbourne no Brasil: em 1995, 2008 e 2011. “Eu considero a fase mais marcante a formação clássica até o final dos anos 70, Gosto do LP "Sabbath Bloody Sabbath" de 1973 destacando a canção “Sabbra Cadabra". Na verdade, não consigo separar, para mim Ozzy é Black Sabbath, é impossível escutar um sem lembrar do outro. Para mim, Ozzy só é Ozzy hoje por causa do Black Sabbath e vice-versa , um sem o outro não seria nada”, concluiu.

Confira o setlist do show do Black Sabbath em Porto Alegre em 1992:
“The Mob Rules” - “Computer God” - “Children of the Sea” - “Time Machine”
“War Pigs” - “Black Sabbath”  - “Master of Insanity” - “After All (The Dead)”
“Iron Man” - “Heaven and Hell” - “I” “Die Young” -  “Orchid” - “TV Crimes” - 
 “Sabbath Bloody Sabbath” -  “Neon Knights”


Confira o setlist apresentado por Ozzy Osbourne na Capital no show de 2011:
"Bark at the Moon" - "Let Me Hear You Scream" - "Mr. Crowley" - "I Don't Know" - "Fairies Wear Boots" - "Suicide Solution" - "Road to Nowhere" - "War Pigs" - "Shot in the Dark" - "Rat Salad"
"Iron Man" - "I Don´t Want to Change the World" - "Crazy Train"
Bis
"Mama, I’m Coming Home"
"Paranoid"

Assista a performance de “Iron Man”, gravada por fãs:

Mais uma morte violenta em JF. Facada nas costas em baile Funk

A Cerveja nacional tem muito milho, afirma pesquisa da USP

06/10/2012 
REINALDO JOSÉ LOPES

EDITOR DE "CIÊNCIA+SAÚDE"

Uma das análises químicas mais completas já feitas com marcas de cerveja do Brasil e do exterior dá peso a uma tendência que estudos menores já indicavam: as grandes marcas nacionais têm elevadas quantidades de milho em sua composição, embora a matéria-prima tradicional da bebida seja a cevada.

São os nomes mais conhecidos do público, como Antarctica, Brahma, Skol e Nova Schin (veja infográfico abaixo). A análise sugere que essas marcas estão no limite da porcentagem de milho como matéria-prima para cerveja que a legislação nacional determina (45%) ou podem até tê-lo ultrapassado.

As empresas produtoras questionaram a análise (leia texto abaixo). Por outro lado, o estudo indicou que algumas cervejas em pequena escala possuem o teor que se esperaria de uma bebida feita só com água, cevada e lúpulo, como reza a tradição alemã.

A pesquisa é assinada por cientistas do Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da USP de Piracicaba, e da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O grupo piracicabano, coordenado por Luiz Antonio Martinelli, já estudou cervejas antes, além de verificar a presença de álcool de cana no vinho nacional.

"Ninguém aqui está dizendo que a cerveja é pior por ter milho --aliás, eu nem bebo cerveja, só vinho", diz Martinelli. Ele ressalta também que o trabalho tem margens de erro e que o propósito não foi denunciar que certas marcas não seguem a lei.

"A diferença de composição é muito pequena [no caso das que parecem ter muito milho]", diz a bióloga Sílvia Mardegan, orientanda de Martinelli e autora principal do estudo, que sairá na revista científica "Journal of Food Composition and Analysis".

Além disso, ela lembra que só uma unidade de cada marca foi estudada, e que existem variações por lote e por região do país. Por outro lado, a variedade de marcas (77, sendo 49 nacionais e 28 importadas) ajuda a dar um panorama amplo do mercado

BALANÇA DE ÁTOMOS
Em essência, o método da USP de Piracicaba é uma balança de átomos. Isso porque os átomos de carbono que os seres vivos usam em seu organismo existem em dois "pesos" principais, o carbono-12 e o carbono-13 (o segundo um pouco mais "gordo").

As plantas incorporam carbono o tempo todo em seu organismo durante a fotossíntese. Só que algumas têm um "paladar" diferenciado. São, por exemplo, as gramíneas tropicais, como o milho e a cana, que "preferem" uma proporção relativamente maior de carbono-13.

É essa assinatura que os cientistas usam para diferenciá-las de plantas como a cevada ou a uva, que têm menos apreço pelo carbono-13.

Os pesquisadores estabeleceram qual era o "perfil de carbono" da cevada e o do milho e fizeram a mesma análise na cerveja. Se a proporção das variantes do elemento químico na cerveja era intermediário, o veredicto só podia ser um: mistura.

O método tem algumas limitações. Teria mais dificuldade de flagrar o uso de arroz na cerveja, já que o perfil de carbono do arroz é semelhante ao da cevada.

Sady Homrich, especialista em cerveja e colunista do caderno "Comida", da Folha, diz que o consenso entre cervejeiros é que diminuir o teor de cevada acaba afetando a qualidade da bebida.

"A boa cerveja é a de puro malte de cevada, porque você pode explorar variações de sabor e aroma vindas da secagem e da torrefação da cevada", afirma Homrich.

Apesar do argumento de que o milho deixaria a cerveja mais leve, Homrich diz que a grande preocupação da indústria é diminuir o custo.

OUTRO LADO
Em comunicados, os fabricantes de cervejas com alto teor de milho apontado pela pesquisa defenderam a qualidade de seus produtos.

A Ambev, fabricante das marcas Caracu, Antarctica, Brahma, Bohemia e Skol, afirmou que "controlar a quantidade de malte de cevada é necessário para obter cerveja com características adaptadas ao paladar do consumidor brasileiro: leve, refrescante e de corpo suave".

"A indústria brasileira de cerveja possui tradição de mais de cem anos e tem orgulho de produzir bebidas de altíssima qualidade. A Ambev leva aos seus milhões de consumidores receitas seculares produzidas com os melhores insumos disponíveis em todo o mundo", continua o comunicado oficial.

A empresa disse ainda que seus produtos seguem à risca as determinações do Ministério da Agricultura e que está investindo na produção nacional de cevada e em quatro maltarias próprias.

Já a Schincariol, que produz a Nova Schin e a Glacial, diz que "respeita as iniciativas de pesquisas realizadas pela USP, mas ressalta que a metodologia utilizada no mencionado estudo não é a determinada pelo Ministério da Agricultura".

A empresa afirma que "está à disposição dos pesquisadores responsáveis pelo estudo para esclarecer possíveis dúvidas sobre seus produtos ou processos".

"É um trabalho interessante, mas discordamos dos resultados", disse à Folha Humberto de Lazari, gerente corporativo industrial do Grupo Petrópolis, das cervejas Itaipava e Crystal.

Ele afirmou que as imprecisões técnicas da pesquisa seriam discutidas de forma mais apropriada "num fórum técnico", mas ressaltou que a empresa usa menos do que os 45% de produtos não derivados de cevada em suas bebidas --disse não poder revelar a proporção exata.

A legislação não exige que as empresas declarem nos rótulos a composição exata das cervejas que produzem.

Lazari questionou a afirmação do estudo de que o milho aceleraria o processo de produção, cortando custos.

A Heineken, hoje responsável pela Kaiser, declarou em comunicado que "já possuía conhecimento da publicação, mas não encontrou relevância no artigo, pois a análise científica possui diversas inconsistências".

"Entre os vários equívocos da publicação, destacam-se os erros explícitos de amostragem estatística e o fato de o cientista não ter considerado o isótopo de nitrogênio. Com isso, como o próprio trabalho da USP reconhece, a utilização de arroz poderia influenciar nos números."

Martinelli, da USP, diz estar aberto a conversar com as empresas, mas afirmou confiar em sua metodologia.
Editoria de arte/Folhapress
Fonte:http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/1164823-cerveja-nacional-tem-muito-milho-afirma-pesquisa-da-usp.shtml