06/08/2013 - DE SÃO PAULO
Um amigo de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, disse à polícia que o estudante já havia relatado que queria matar os pais. Para que "ninguém soubesse", o menino disse que deveria executar o plano durante a noite.
Segundo a polícia, tudo indica que garoto matou o pai, a mãe (ambos policiais militares), a avó e uma tia e, depois, cometeu suicídio, na casa da família, em São Paulo.
Segundo a polícia, esse colega, também de 13 anos, é filho do homem que deu carona ontem de manhã para Marcelo, após ele frequentar as aulas no colégio Stella Rodrigues, na zona norte de São Paulo.
Essa testemunha disse que parou na porta da casa da família de Marcelo, na Brasilândia (zona norte), e buzinou para chamar os pais do menino. A criança, porém, teria dito para ele não fazer isso pois o pai estaria dormindo. Em seguida, ele se despediu do pai e do colega e entrou no imóvel.
O amigo de Marcelo contou, ainda, que o menino dizia que sonhava em fugir de casa e tornar-se matador de aluguel. O delegado afirmou que o amigo de Marcelo que prestou depoimento à polícia era a pessoa mais próxima do menino.
O delegado Itagiba Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), disse na tarde desta terça-feira acreditar que Marcelo matou a família e depois se matou.
Foram mortos o sargento da Rota (tropa de elite da PM) Luis Marcelo Pesseghini, a mãe do menino, a cabo Andréia Regina Pesseghini, a avó materna Benedita Bovo e a tia do menino, Bernadete Oliveira.
No colégio onde o menino estudava, as aulas foram suspensas hoje. Nenhum representante da escola quis falar sobre o caso.
No Facebook, a professora de Marcelo, Ana Paula Pigatto Alegre, lamentou a morte do estudante. Ela conta que ontem deu aula para o menino "conversei, brinquei, dei risada, dei um abraço tão gostoso.... e agora........ acabou", descreveu a docente.
CÂMERAS
O carro da mãe do menino, um Corsa, foi localizado perto da escola onde o menino estudava. Segundo o comandante, câmeras da região mostraram que o veículo estacionou no local à 1h15 do dia 5. Meira diz que às 6h30 uma pessoa desce do veículo, coloca a mochila nas costas e segue em direção à escola. Tudo indica que o menino passou a noite dentro do veículo após ter assassinado a família.
Ao ser questionado sobre o fato de o menino ter dirigido o carro da mãe até a escola após ter cometido o crime, Itagiba Franco disse que o garoto relatou ao amigo ter dirigido um bugue várias vezes.
De acordo com o delegado do DHPP, na mochila do garoto havia ainda um revólver calibre 32, que também era de propriedade da cabo --herdado do pai dela. Um bilhete na mochila do menino também comprovam que ele foi até a escola ontem. A polícia ainda não tem informações de que horário a família foi morta, mas o crime deve ter ocorrido na noite de domingo (4) ou na madrugada de ontem.
A Folha não localizou familiares das vítimas para comentar o caso. Segundo o comandante, familiares disseram à polícia que o menino era "dócil, agradável e que sofria de uma doença no pulmão e diabetes, mas nada que justificasse um comportamento diferente".
Todas as vítimas foram assassinadas com um tiro na cabeça com a pistola calibre.40 de Andrea. A arma foi encontrada embaixo do corpo de Marcelo Eduardo. Segundo o comandante da PM Benedito Roberto Meira, o menino era canhoto e o disparo foi feito do lado esquerdo da sua cabeça.
De acordo com o comandante da PM, não há sinais de arrombamento na casa e nada foi levado da família.