28/06/2013
Alex Araújo
Do G1 MG
Delegado Anderson Alcântara em coletiva nesta sexta em Belo Horizonte (Foto: Alex Araújo / G1)
O delegado Anderson Alcântara, chefe do 1º Departamento de Polícia Civil em Belo Horizonte, disse, nesta sexta-feira (28), que mais de 100 suspeitos de participar de vandalismos promovidos na Região da Pampulha estão sendo investigado pela corporação. Ainde de acordo com ele, a maioria deles tem passagem pela polícia por roubo, furto e tráfico de drogas.
"Eles são marginais que se infiltraram no meio da multidão para vandalizar. Eles já são conhecidos da polícia. O nosso trabalho é retirá-los de circulação", declarou o delegado. Ainda segundo ele, os suspeitos são antidemocratas e antigovernos, e praticam crimes contra os patrimônios público e privado.
Alcântara falou que, para se disfarçaram, os vândalos tampam os rostos e trocam de roupas para confundir o trabalho da polícia no meio da multidão.
O delegado disse que os arruaceiros não fazem parte de uma quadrilha determinada mas, sim, de bandos que foram à manifestação para promover a confusão. Contudo, ele comentou que os grupos investigados têm semelhança com baderneiros que atuam fora do país.
Alcântara não quis dar detalhes para não atrapalhar as investigações, mas contou que imagens de câmeras do "Olho Vivo" e da imprensa, além de relatos de policiais, estão sendo usadas para identificar gradativamente os suspeitos.
Balanço
Centro e nove pessoas, entre elas 30 adolescentes, foram detidos durante a manifestação que ocorreu nesta quarta-feira (26) em Belo Horizonte. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pela Polícia Civil. Segundo a corporação, 79 adultos estão entre os que foram levados para delegacias. Destes, 26 tiveram a prisão em flagrante decretada e permanecem presos nesta quinta-feira.
Os outros 53 adultos foram ouvidos e liberados por terem cometidos crimes de menor potencial ofensivo. Dos 30 adolescentes, 18 foram apreendidos, sendo encaminhados para ao Juizado da Infância e da Juventude. Os 12 restantes foram ouvidos e liberados.
De acordo com a polícia, todas as pessoas liberadas vão ser monitoradas. Os adultos vão responder a inquérito policial e os adolescentes vão ser alvo de procedimento operacional de ato infracional.
Foram apreendidos artefatos explosivos, máscaras, faca, luvas, óculos de proteção, alicates, tesouras, marreta, estilingue, pedras, bolas de gude e celulares com mensagens de incentivo a violência.
Manifestação em BH
O protesto desta quarta-feira (26) levou cerca de 50 mil pessoas às ruas da capital mineira, segundo a Polícia Militar (PM). Um manifestante morreu ao cair o Viaduto José de Alencar, no encontro das avenidas Antônio Carlos com Abrahão Caram, na Região da Pampulha.
O protesto terminou com depredação, saques e mesmo incêndio de lojas. As ações foram cometidas por um grupo radical. Os arruaceiros atiravam pedras e explosivos caseiros contra os militares. O confronto começou na Avenida Abrahão Caram, na Região da Pampulha, no entorno do Mineirão, onde Brasil e Uruguai disputavam a semifinal da Copa das Confederações.
A manifestação se concentrou no início da tarde na Praça Sete, no Centro da capital, com muitas pessoas levando cartazes e faixas com pedidos de melhorias. No trajeto, a recomendação era a de respeitar o bloqueio da PM e não tentar chegar ao estádio.
Nesta quinta-feira (27), a Secretaria de Estado de Saúde informou que 23 pessoas ficaram feridas durante o protesto de ontem. Sete foram levadas para o Hospital Risoleta Tolentino Neves, nenhum deles em estado grave. Eles tiveram escoriações, dor de cabeça e possíveis fraturas. Um jovem de 24 anos teve o olho esquerdo ferido por um objeto não identificado. Outras três pessoas foram encaminhadas ao Hospital Pronto-Socorro João XXIII, entre eles o jovem morto e outro homem que também caiu do viaduto. Este já recebeu alta. Em outros protestos também houve quedas.
Bombeiros socorrem pessoa que caiu de viaduto durante protestos em Belo Horizonte (Foto: Pedro Gontijo/AFP).
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