segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Beija-Flor e Mocidade enfrentam problemas, mas são destaques em desfile no Rio

08/02/2016 09h43
Rio de Janeiro
Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil


Terceira escola a entrar na avenida no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio, no domingo (7), a Beija-Flor contou a história de Cândido José de Araújo Lima, o Marquês de Sapucaí, que dá nome a avenida de desfiles. A escola, campeã de 2015, enfrentou dificuldades. Pouco depois de o presidente Farid Abrahão David dizer que se sentia satisfeito com o carnaval que apresentado pela escola, um carro emperrou no local. Era possível ver fumaça. Alguns componentes que estavam na alegoria eram crianças, que foram retiradas rapidamente do carro.
Rio de Janeiro - Beija-Flor de Nilópolis, terceira escola do grupo especial do Carnaval do Rio - Tomaz Silva/Agência Brasil

A escola resolveu investir em tecnologia e usou drones para captar imagens que serão analisadas na tentativa de aprimorar as apresentações. Laíla, diretor de carnaval da escola, disse que espera uma análise justa dos jurados. Ele aposta em um bicampeonato da escola. Piná, um dos destaques da Beija-Flor, preferiu ser mais cautelosa. “Acho que desfilamos bonito, mas vamos aguardar o resultado. Eu não gosto de cantar vitória antes. Vamos aguardar, na quarta-feira, os envelopes”, disse. 

Selminha Sorriso, que há 21 anos forma com Claudinho o primeiro casal de porta-bandeira e mestre-sala da Beija-Flor, disse que, mesmo sendo veterana, ainda sente um friozinho na barriga quando atravessa a avenida defendendo o pavilhão azul e branco de Nilópolis. “A emoção não envelhece e não passa”, completou.

Para Fran-Sérgio, um dos carnavalescos da comissão de carnaval da Beija-Flor, a escola cumpriu o papel de fazer um grande espetáculo para o público. “Maravilhoso, emocionante, lindo”, avaliou.

Na bateria, a escola trouxe um grupo de 25 integrantes da Orquestra Maré do Amanhã, que ensina música a jovens da comunidade. Matheus Silvestre, 17 anos, que participa da orquestra há três anos, gostou de ter estreado na avenida. “Foi inovador e a gente não esperava que seria tão legal”, disse se referindo à união de sons dos violinos, tocados pelos jovens, e da bateria da escola. "Formou um som bem legal", completou.

No fim do desfile, após a saída da bateria, o público dos setores populares da Apoteose brindou a escola com o grito de bicampeã.

A Mocidade Independente de Padre Miguel foi outra agremiação com dificuldades nas alegorias. O último carro emperrou na concentração e não conseguia fazer a virada da Avenida Presidente Vargas para a Marquês de Sapucaí. O jeito foi adiantar os integrantes da velha guarda, que seria a última ala da escola a passar pela passarela do samba. Quando já estavam entre o setor 1 e 3, a equipe técnica conseguiu fazer o carro rodar. O público vibrou com a solução do problema. Mais à frente, outro carro também ficou parado por alguns minutos na passarela do samba. O pessoal responsável por empurrar os carros conseguiu, com muita animação e dançando ao ritmo do samba enredo, destravar a alegoria.

O diretor de barracão, Marcelo Plácido, disse que as alegorias ficam cada vez maiores e mais pesadas e com isso a condução delas também fica mais difícil. “Nós utilizamos muito trabalho de Parintins, com maquinário, cabo de aço e às vezes acontece, emperra alguma coisa, não desce, mas não tem jeito. Foi o que aconteceu na concentração no carro 7”, explicou. 

Aos 60 anos, Tia Nilda, coordenadora da ala de baianas da escola, era uma aminação só. “Graças a Deus estamos aí de novo para conquistar mais um campeonato e mostrar que um filho teu não foge à luta”, disse lembrando versos do samba-enredo deste ano.

O presidente da escola, Wandyr Trindade, conhecido como Macumba, incentivava os componentes da escola a entrarem na avenida cantando alto. “Tem que chamar os componentes e mostrar que temos carnaval em Padre Miguel”, destacou.

A cantora Anitta, destaque deste ano desfilando pela escola, causou movimentação na Apoteose quando foi cercada por jornalistas que queriam fazer entrevistas.

Protegida por seguranças, ela disse que adorou a estreia na avenida. “Foi demais. Amei. Foi incrível. A Mocidade é maravilhosa. Já quero mais, quero de novo no ano que vem”, disse.

Mesmo com os problemas, as duas escolas são apontadas como destaques no primeiro dia de desfiles do Grupo Especial do Rio, com os aplausos do público.

Edição: Lílian Beraldo
Agência Brasil

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