terça-feira, 30 de junho de 2015

Intolerância - Leonardo Girundi

Leonardo Girundi
Intolerância

PUBLICADO EM 30/06/15 - 03h00

Confesso que tenho ficado preocupado com o alto nível de intolerância que temos visto atualmente. E, com certeza, a religiosa tem sido a maior. Temos visto, diariamente, pessoas sendo assassinadas, muitas vezes de forma cruel, devido a sua opção religiosa. Recentemente, ouvimos que vários foram assassinados nos Estados Unidos, dentro de uma igreja, também por causa de sua cor. Ataques verbais saltam aos olhos. Muitas vezes, simplesmente, para tentar fazer valer um direito ou o nascimento deste.

Na últimas semanas, vimos a Parada Gay e várias cenas que nos chocaram. Vimos a aprovação do casamento gay nos Estados Unidos e as várias repercussões pelo mundo.

Nos últimos dias, uma grande tentativa de aprovação ou descriminalização do aborto e de tentativa de se acabar com a identificação de gênero, ou seja, não podemos ser mais homem e mulher. Pessoas que buscam respeito, desrespeitando outras. Não sei onde vamos parar. Talvez, para mim, como operador do direito, fique mais latente a máxima de que “o seu direito termina onde começa o meu”.

Outro fato interessante é que, desde a Constituição de 1988, homens e mulheres são iguais perante a lei. Ou seja, não existem direitos exclusivos a uma pessoa devido ao seu sexo. Imagino que você tenha se lembrado dos direitos relativos à mulher grávida. E, por isso, relembro que esses direitos não são relativos ao sexo, mas sim ao momento de gestação, visando a criança. Então, somos iguais, homens e mulheres, perante a lei.

Diante disso, seria absurdo, imaginarmos a possibilidade de novos direitos, exclusivos, para qualquer tipo de pessoa. Com isto, não estou falando que os homoafetivos já possuem na sociedade a liberdade, respeito e espaço que gostariam. Estou falando que os direitos já existem. Até mesmo o casamento, tendo em vista que foi aprovada pelo STF a união estável entre pessoas do mesmo sexo e o Estado deve favorecer a conversão de todas as uniões em casamento. Da mesma forma, temos uma grande liberdade religiosa. Fato que deve ser celebrado e mantido. O que nos faz pensar que todos podem ter as suas opiniões e manifestá-las, desde que com respeito.

Assim, cada um faz consigo o que bem quer e os demais pensam o que querem sobre este ato. O grande problema é quando existe o exagero ou a falta de respeito. Ou as de foro intimo. Como vamos comprovar que aquele homem que está no banheiro feminino é homoafetivo? Imaginem isso nas escolas? Imaginem dentro de um estádio de futebol ou espetáculos com grande número de pessoas? Inviável. Na realidade, temos que tomar muito cuidado para que a propositura de novas leis não inviabilize a vida em sociedade. E temos que lembrar que desrespeito ou violência são crimes independente das vítimas.

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Leonardo Girundi
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