Por Savio Duque
O preço da passagem de ônibus deve subir de R$3,10, valor atual, para R$3,35 em Juiz de Fora. Isso porque neste mês os consórcios responsáveis pelo transporte público formalizaram um protocolo requerendo o decreto de uma nova tarifa de forma urgente. Esse possível aumento é equivalente a 8,06% e ainda não tem data para entrar em vigor. A última alteração do preço na tarifa de ônibus aconteceu há pouco mais de um ano, no dia 8 de outubro de 2017, quando o valor passou de R$2,75 para o preço atual. Ainda no ano passado, o valor do bilhete único sofreu um aumento de R$4,13 para R$4,65.
O acréscimo de R$0,25, já arredondado, no valor da passagem por passageiro foi calculado pela assessoria técnica da Astransp, tendo como base a aplicação da fórmula paramétrica com índices públicos (diesel, convenção coletiva, ônibus e IGP-DI), com suas respectivas ponderações. Guilherme Ventura, Assessor Técnico da Astransp, explica que este cálculo está previsto nos contratos assinados pelos consórcios vencedores da licitação realizada pelo Município. Ventura ainda disse que, “os contratos com os dois Consórcios foram assinados em 01/06/16 e as operações começaram 90 dias após, ou seja em 01/09/16, com previsão na Cláusula 22 Parágrafo 4º de reajuste paramétrico 12 meses após o último reajuste que havia sido em abril/16. Havia expectativa então pelo contrato de um reajuste pela fórmula paramétrica assim que finalizados todos os índices obrigatórios para o cálculo e isto ocorreu após a assinatura da convenção coletiva em 29/05/17. O reajuste autorizado somente ocorreu em 29/09/17, gerando desequilíbrios econômico-financeiros pela ausência de reajuste nos meses de junho/17 a setembro/17. Em 29/09/17 a SETTRA decretou, conforme dispõe o contrato, o primeiro reajuste revisional, atualizando a tarifa para o valor de R$ 3,10, sem estabelecer as remunerações de equilíbrio para cada Consórcio, conforme o contrato estabelece”. Ele também explica que, por contrato, uma nova tarifa deve ser estabelecida 12 meses após a decretação da última.
Ainda segundo o Assessor Técnico, considerando a demanda transportada média de 243.000 passageiros por dia, esse número resultaria, diariamente, em uma perda de receita de R$ 60.000,00 desde o dia 06 de outubro de 2018. “O atraso na decretação da nova tarifa é preocupante, pois as empresas possuem compromissos financeiros como 13º. Salário que já se aproxima, adequação de frota, assim como seu custeio diário. A estes prejuízos somam-se aqueles devidos à não-decretação do reajuste entre junho/17 e setembro/17, com grandes impactos sobre os Consórcios. Estes desequilíbrios financeiros podem comprometer a capacidade de prestação de serviços na qualidade exigida no contrato”, conclui.
A equipe do Diário Regional procurou a Secretaria de Transportes e Trânsito (Settra) para falar sobre o aumento da passagem. Através da assessoria a Settra respondeu “não há novidade sobre o assunto”.
Foto: Rafaela Frutuoso
A POPULAÇÃO
Evertton Maria, jornalista, acredita que a população juiz-forana já se adaptou ao valor cobrado atualmente, mas que um aumento não é justo diante do serviço que é oferecido a população. “Percebe que existe a tentativa de se fazer implantar o que foi proposto na licitação, mas ainda há muito o que se fazer e por isso eu acredito que não se justifica, por conta da qualidade do serviço que é oferecido, aumentar a passagem com o serviço que não está sendo na sua proposta bem prestado”, avalia.
O estudante Jean Teixeira, 27 anos, utiliza o transporte público com frequência. Ele acredita que o valor atual (R$3,10) cobrado é além do justo e que a nova proposta (R$3,35) é “abusiva” diante das condições oferecidas pelas linhas de ônibus da cidade. “R$3,00 seria o valor ideal. A cidade não é tão grande para cobrar um valor superior, muitos bairros são muito próximos ao centro. Com frequência temos ônibus com problemas técnicos parados no meio das ruas. É inadmissível”. Jean aponta alguns pontos que precisam ser melhorados para que o transporte público seja considerado ideal e, assim, justificar o preço proposto para ser cobrado nas passagens. “Acredito que é preciso de novos horários, um sinal bom de internet e mais empatia por parte dos cobradores, já que muitas vezes eles estão mexendo no celular quando vamos pagar a passagem. Falta treinamento de equipe”, conclui.
Jornal Diário Regional JF