Charge do Aliedo (aliedo.blogspot.com ), reprodução do Arquivo Google
Ricardo Brito, Luísa Martins, Gustavo Porto, Isabela Bonfim e Carla Araújo
Estadão
Durante os 180 dias em que deverá permanecer afastada da Presidência da República, conforme decisão do Senado Federal ocorrida há pouco, Dilma Rousseff continuará usufruindo das “prerrogativas do cargo”. O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que ela seguirá tendo direito a residência oficial, segurança pessoal, assistência à saúde, transporte aéreo e terrestre, remuneração e equipe a serviço do gabinete.
Calheiros anunciou ainda que, a partir do recebimento desta intimação, estará instaurado oficialmente o processo de impedimento por crime de responsabilidade. Dilma ficará suspensa das funções de presidente até a conclusão do julgamento no Senado ou até a decorrência do prazo fixado de 180 dias.
NOTA OFICIAL DO PT
Logo após o Senado aprovar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, divulgou uma nota para comentar a decisão e afirmou que o PT e os movimentos sociais estão dispostos a ocupar as ruas para continuar defendendo o mandato da petista.
“Não descansaremos um só minuto até que a presidenta de todos os brasileiros, sufragada em eleições livres e diretas, retorne ao comando do Estado, como é a vontade soberana e constitucional do povo brasileiro”, afirmou Falcão em seu “Comunicado ao Povo Brasileiro”.
Além do apoio dos movimentos sociais, o dirigente afirmou estar seguro de que trabalhadores, intelectuais progressistas, jovens e mulheres “continuarão a cumprir seu papel de vanguarda na resistência pela legalidade” e que o revés sofrido será respondido com “redobrado ânimo”.
“USURPAÇÃO E GOLPE”
“Saberemos levar a todos os cantos do país o protesto contra a usurpação e o golpe”, disse Falcão na nota, afirmando ainda que a admissão do processo de impeachment é a continuidade do golpe contra a democracia e a Constituição e que a decisão dos senadores afronta o voto popular.
“Mais uma vez em nossa história, as elites pisoteiam o voto popular, abrindo caminho para a imposição de um governo ilegítimo”, disse.
O presidente do PT também criticou o vice-presidente Michel Temer e afirmou que o país “está sendo tomado de assalto pelos piores expoentes das oligarquias do poder”. “Incapazes de vencer nas urnas, recorrem à farsa institucional para derrubar uma governante eleita pela maioria do povo brasileiro e que não cometeu qualquer crime”, afirmou. “Não ao golpe. Fora Temer! Voltaremos!”, finalizou o petista.
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