16/06/2015 18h12 - Atualizado em 16/06/2015 18h53
Rafael Antunes
Do G1 Zona da Mata
Vereador de Juiz de Fora João Evangelista de Almeida
João do Joaninho (Foto: Câmara Municipal de Juiz de Fora/Divulgação)
João do Joaninho (Foto: Câmara Municipal de Juiz de Fora/Divulgação)
O vereador João Evangelista de Almeida, o João do Joaninho (DEM), se manifestou pela primeira vez desde que foi detido na última quinta-feira (11) suspeito de cometer crime ambiental. Na ocasião, o parlamentar pilotava um barco com três capivaras e um jacu abatidos. Após a abordagem, ele teria fugido do local.
Em conversa com a imprensa, na tarde desta terça-feira (16), João do Joaninho garantiu que não sabia dos animais abatidos e que foi o advogado dele que o instruiu a não ir à delegacia prestar depoimento. O parlamentar tamém chorou quando falou dos filhos e da mãe de 84 anos.
"Eu não fugi de nada. O meu advogado é que disse pra eu não ir (à delegacia). Eu estava no lugar errado, na hora errada. Estou me sentindo muito chateado. Em 50 anos de vida, nunca passei por isso", disse.
O parlamentar alegou que pegou uma carona com um vizinho e que não sabia o que havia dentro do barco. "Quando ele (o vizinho) viu os policiais, me pediu que segurasse o volante. A partir daí, eu assumi a direção e parei quando os policiais pediram", defendeu-se. "No momento em que eu desci do barco, me compromeeti a ir (para a delegacia). No caminho, meu advogado pediu para que eu não fosse, porque a situação eatava complexa lá", afirmou.
Entenda o caso
Na última quinta-feira (11), o vereador foi flagrado por uma equipe da Polícia de Meio Ambiente na companhia de outro homem de 51 anos, em uma lancha, onde havia três capivaras e um jacu mortos. Na abordagem, a PM ainda localizou e uma espingarda calibre 22 sem registro. Segundo o registro da ocorrência, o vereador pediu aos militares para buscar documentos em um carro às margens da represa e fugiu do local.
O homem de 51 anos foi detido e levado para a Delegacia no Bairro Santa Terezinha, onde teve o flagrante confirmado por porte ilegal de arma de fogo e pelo artigo 29, da lei 9.605 de crime ambiental. De acordo com a assessoria da Polícia Civil, ele pagou a fiança estipulada pelo delegado e responde em liberdade.
Na última sexta-feira (12), o vereador era esperado para uma audiência pública, mas também não apareceu e não teve nenhuma justificativa enviada ao presidente da Casa, Rodrigo Mattos. Ainda na sexta, o parlamentar informou, por meio de nota, que pediria afastamento da Comissão de Urbanismo, Transporte, Trânsito e Meio Ambiente da Câmara Municipal, onde ocupa a presidência.
Ainda na nota, ele afirmou que estava testemunhando a operação "240 anos da Polícia Militar”, que não seria suspeito do crime, que em momento algum recebeu voz de prisão dos policiais ou dos fiscais ambientais e que se deslocou em seu próprio veículo após abordagem para testemunhar os fatos perante o delegado. No entanto, decidiu procurar seu médico particular e, a pedido dele, permaneceu em sua residência, enviando um advogado até a delegacia.
O capitão Jovânio Campos, subcomandante da 4ª Cia de Meio Ambiente e Trânsito, desmentiu o parlamentar e confirmou que o vereador foi encontrado dentro do barco. "Ele foi encontrado dentro do barco, pilotando. Testemunha ele não é. Ele tinha que ter ido até a delegacia, com certeza", afirmou.
Na tarde da última segunda-feira (15), um grupo de pessoas se reuniu em frente à Câmara Municipal para pedir agilidade no processo político contra atos do vereador.