13/11/2012
Da AFP
O romance entre o ex-chefe da CIA, David Petraeus, e sua biógrafa Paula Broadwell, que provocou a renúncia deste após investigação do FBI, gerou um escândalo político nos Estados Unidos.
Os congressistas exigem explicações dos envolvidos, diante da possibilidade de o caso ter gerado riscos à segurança nacional.
Veja a cronologia do caso:
2006: a especialista em antiterrorismo Paula Broadwell, ex-major do exército americano, conhece em uma conferência na Universidade de Harvard o general Petraeus, que lhe entrega seu cartão e oferece ajuda após ouvir os temas da investigação de Broadwell.
2008: Broadwell, cuja tese de doutorado é um estudo sobre o comando de Petraeus, é convidada a acompanhar o general num triatlo ao longo do Rio Potomac, em Washington.
Junho de 2010: o Congresso confia a Petraeus, um militar destacado por ter dado novo rumo à guerra no Iraque, o cargo de novo comandante das forças dos Estados Unidos no Afeganistão. Broadwell decide transformar sua tese em biografia.
2010-11: Broadwell viaja várias vezes ao Afeganistão, tendo acesso sem precedentes a Petraeus e seu comando.
Setembro de 2011: Petraeus, general americano mais renomado de sua geração, assume o cargo de diretor da CIA após deixar o exército e tornar-se civil em agosto.
Petraeus e Obama, em foto tirada em junho de 2010. (Foto: AP)
Novembro de 2011: começa o romance entre Petraeus, de 60 anos e casado desde 1974 com sua esposa Holly, com quem tem dois filhos adultos, e Broadwell, de 40 anos, casada com o radiologista Scott e mãe de dois filhos pequenos, de acordo com parentes de Petraeus.
24 de Janeiro 2012: lançamento do livro de Broadwell, 'All In: The Education of General David Petraeus'.
Maio de 2012: Jill Kelley, de 37 anos e amiga de longa data da família Petraeus, comenta com um amigo, agente do FBI em Tampa, Flórida, que está sendo perseguida por alguém que lhe envia mensagens anônimas por correio eletrônico, acusando-a de buscar uma relação íntima com Petraeus.
Durante o verão (americano): Uma investigação do FBI identifica Broadwell como autora das mensagens recebidas por Kelley. Ao ter acesso às contas privadas de correio eletrônico de Broadwell, o FBI descobre correspondência íntima entre ela e Petraeus.
Começo de julho: fim do vínculo entre Petraeus e Broadwell, de acordo com relato de Petraeus a amigos.
Durante o verão (americano): Kelley informa a Petraeus sobre as mensagens eletrônicas ameaçadoras e o general, por sua vez, envia mensagens a Broadwell pedindo que pare com as ameaças. Não fica claro se isto ocorreu antes ou depois de Petraeus terminar o romance.
Fim do verão (americano): altos funcionários do FBI e do Departamento de Justiça, entre eles o chefe do FBI, Robert Mueller, e o secretário de Justiça, Eric Holder, são informados do que parece ser uma relação extraconjugal entre Broadwell e Petraeus.
21 a 27 de outubro: agentes do FBI interrogam Broadwell, que admite o romance e entrega seu computador às autoridades. Os investigadores encontram documentos secretos no disco rígido; ela diz que não foram mandados por Petraeus.
27 de outubro: o agente do FBI e amigo de Kelley, que ajudou com a investigação preliminar, informa o caso a Eric Cantor, líder da maioria republicana na Câmara de Representantes.
Paula Broadwell segura a biografia de David Petraeus (Foto: AP)
28 de outubro a 3 de novembro: Petraeus é entrevistado pelo FBI e reconhece ter tido uma relação com Broadwell, mas nega ter mandado documentos secretos.
31 de outubro: Cantor diz ao chefe do FBI Robert Mueller estar preocupado com o caso.
2 de novembro: Broadwell é interrogada novamente pelo FBI, de acordo com o 'New York Times'. Os investigadores concluem que não houve violação da segurança nacional e descartam processar os envolvidos.
6 de novembro (dia das eleições): James Clapper, diretor de Inteligência Nacional de Obama, é informado sobre a investigação às 17h; na mesma noite, ele liga para Petraeus aconselhando-lhe que renuncie.
7 de novembro: Clapper informa o caso à Casa Branca.
8 de novembro: pela manhã, Obama é informado do caso por funcionários da Casa Branca. Pela tarde, Petraeus apresenta a Obama seu pedido de renúncia.
9 de novembro: pela manhã, Obama aceita a renúncia de Petraeus.
13 de novembro: Obama suspende a designação do general John Allen como chefe supremo da Otan, diante da investigação sobre as correspondências que ele trocou com uma mulher envolvida no escândalo.
13 de novembro: A Casa Branca afirma, por meio de porta-voz, que Obama foi surpreendido pelo escândalo Petraeus.
13 de novembro: Cartas publicadas publicadas pelo pelo jornal "The New York Post" indicam que Petraeus e Allen ajudaram a irmã de Jill Kelley, pivô de escândalo.
Quinta-feira, 15 de novembro: Petraeus teria de testemunhar em audiência no Congresso pelo ataque de 11 de Setembro contra o consulado dos Estados Unidos na Líbia, que resultou na morte do embaixador e outros três embaixadores americanos. O interino de Petraeus na CIA, Michael Morell, testemunhará em seu lugar, porém é possível que Petraeus seja convocado no futuro.
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2012/11/cronologia-do-escandalo-petraeus.html