segunda-feira, 24 de junho de 2013

NA FOGUEIRA: “Bandeira da nação/ homenagem à escravidão”

23/06/2013
 às 16:53

NA FOGUEIRA: “Bandeira da nação/ homenagem à escravidão”

Vocês têm de ver este vídeo para entender por que as manifestações podem degenerar em violência. Um grupo queima a bandeira brasileira. É evidente que alguns, ali, têm orientação política — uma péssima orientação, mas têm. Outros não dominam nem o vocabulário. Cresce nos morros e nas periferias Brasil afora — este vídeo é de São Paulo — a mística de que se está a criar “fora do mundo das elites” uma cultura alternativa. ONGs, padres, organizações políticas de ultraesquerda… Essa gente tem a ambição de estar construindo “algo novo”, que seria a expressão da voz do oprimido.
O PT transformou isso numa “linguagem de resistência”, com a tola ambição de que “controla a massa”. Insufla, sim. Tem seus aparelhos na periferia, mas controle, propriamente, não tem. Vejam este vídeo. Volto em seguida.
Voltei
Palavras de ordem:
“Bandeira da nação, homenagem à escravidão.”
“Essa bandeira mata índio.”
“Chega de alegria porque a PM mata pobre todo dia.”
“Que coincidência (eles falam “conhecidência”), na classe média não tem violência.”
“Ei, reaça, sai da nossa marcha.” (já falo a respeito)
Entre as palavras de ordem, alguém diz que quem mata índio é a Dilma… Outro, com faixa, diz com voz forte: “A gente não esqueceu do Carandiru, do Pinheirinho, da Candelária”. Essa gente pode nem saber direito do que está falando, mas quem lhes soprou a pauta sabe.
Há inocentes úteis? Há, sim. Um dos rapazes nem sabe o que quer dizer “reaça” (versão reduzida de “reacionário”), tanto que ora diz “reaja”, ora “reacha” e só então “reaça”, mas de forma hesitante porque ignora o significado.
O título do vídeo, que está no YouTube, diz tratar-se de uma manifestação do Passe Livre. Não creio. Dá para perceber que é gente mais para pobre do que para rica — não são os coxinhas radicais e almofadinhas revolucionários do MPL.
Para onde vai? Não sei! O PT, os ultraesquerdistas e setores da imprensa deliram, babam de satisfação, ao ver coisas assim. Acham que é a “verdade do povo”. Houve um tempo em que se considerava, mesmo entre esquerdistas, que “feio não é bonito”. Houve um tempo em que se considerava que o desejável era que os mais pobres buscassem sair de sua condição.
E, acreditem, o Brasil avançou nesse período. Nos últimos anos, o registro mudou e a marginalidade social e a exclusão passaram a ser vistas como uma nova cultura, com valores afirmativos, de resistência. No que isso vai dar? Está aí mais uma coisa que não sei. Mas sei outras tantas. Sei, por exemplo, que isso não gera renda, não distribui renda, não resulta em ganhos coletivos, não resulta em ganhos individuais, não resulta em nada.
Isso só serve à má consciência culpada dos bacanas.
Por Reinaldo Azevedo

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